Spiritfarer foi meio decepcionante por não ser o meu tipo de jogo. Há tantos jogos indies notáveis hoje em dia, que não chega a ser incomum encontrar jogos que desviam dos padrões da indústria, e um que me chamou a atenção foi Spiritfarer. O jogo se trata sobre Stella, que agora é a nova caronte, após ele ter se aposentado e é a vez dela de guiar os espíritos para os pós-vida. O jogo tem belos visuais 2D desenhados à mão, e mesmo controlando que nem um jogo de plataforma, é na verdade um simulador de gerenciamento. Eu não costumo jogar jogo de gerenciamento, mas eu tava esperando que fosse um pouco mais tranquilo pra mim e que mesmo se a história não me tocasse, a minha recepção fosse um pouco mais positiva, mas esse não foi o caso. Se você gostar do esquema de gameplay, seja craftar itens, cozinhar, cuidar das plantações, bichos e passageiros, vai ser tudo bem calmo e relaxante e servir bem de veículo para acompanhar a história, e se esse não for o seu caso, a sua experiência vai ser mais próxima da minha, achando os negócios cansativos e desmotivadores. Spiritfarer se vende pela sua história tocante sobre a relação da vida, morte e pós-vida, mas nem nessa parte eu consegui me importar, pois a maioria das interações com os espíritos se baseia em fetch quests e momentos breves demais pra causar impacto, o que tornou a minha experiência um tanto impessoal. A minha falta de motivação pra continuá-lo foi tanta, que recentemente desinstalei o jogo. Apesar do que falei aqui, o jogo não é ruim, e se você tiver interesse, há chances que ele possa ser pra você o que não foi pra mim. No fim das contas, Spiritfarer não é pra mim, e acho que tá tudo bem nisso aí.

Spiritfarer é o tipo de jogo que só quem jogou sabe quão fantástico é. Esse jogo entra fácil no meu top 5 melhores jogos que já joguei na minha vida inteira, e acredito que o mínimo que eu poderia fazer por esse jogo é deixar uma análise positiva para na melhor das hipóteses ajudar alguém confuso, porém tentarei ser neutro, pois acredito que esse jogo possa não ser tão impactante para todos como foi para mim.

Em Spiritfarer basicamente somos Stella, a mais nova barqueira dos espíritos que tem como missão levar cada um dos espíritos ao seu destino final, o que a princípio pode até parecer uma história batida, mas que é tão profunda e bem construída que a sensação que dá jogando é que cada passageiro em seu barco não é um simples npc qualquer, quando você conhece cada um deles e se aprofunda na história ele acaba se tornando um conhecido para você, e isso na minha opinião é algo muito difícil de se fazer em um jogo, e essa qualidade do jogo acaba por se encaixar muito bem na história dele, pois em spiritfarer você sente a dor da perda por cada um dos espíritos que você leva até o seu fim, você ri de piadas idiotas e se diverte nos momentos divertidos. E não são apenas os npcs do seu barco que se destacam não, cada npc das ilhas tem um diálogo sobre suas vidas e sobre sua rotina, alguns são paranoicos e vão pedir para você parar de segui-los e outros vão desabafar algo com você, o que é simplesmente um detalhe muito fod4, pois em cada ilha que você visita você se sente na obrigação de conversar com todos os npcs para ver os diálogos deles.

E não é apenas na história que o jogo se destaca, os gráficos desenhados a mão acrescentam um clima muito mais diferenciado ao jogo, tudo é muito bonito no Spiritfarer, os cenários são bem únicos e detalhados, a animação do jogo é fluída e o design de personagens é fantástico, cada personagem é um mais único que o outro. O conjunto visual fantástico do jogo vem acompanhado por uma put* trilha sonora, que vai tornar cada momento mais único e marcante, sério, QUE TRILHA SONORA FOD4 MERMÃO.

Porém o jogo tem algo que pode ser negativo para alguns, que é sua gameplay meio “lenta”. No jogo temos diversas tarefas para se fazer, dentre elas pescar, minerar, cozinhar, plantar e muitas outras, o que é muito fod4, porém que pode tornar a gameplay meio cansativa e repetitiva pelo fato de você ter que ficar se deslocando de ilha em ilha para conseguir as matérias primas e poder finalmente fazer alguma missão, e isso fica muito mais evidente no começo do jogo, onde nosso barco é mais lento pelo fato de não ter upgrade ainda, porém existem algumas formas de driblar esse problema, um é fazendo os upgrades de velocidade do barco, que deixam ele bem veloz e outro é usando os fast travels espalhados pelo mapa. Na minha opinião esse problema é tão irrelevante em comparação a quantidade esmagadora de coisas fod4s que tem no jogo que ele acaba deixando de ser um problema e se torna mais uma oportunidade para explorar ainda mais suas possibilidades dentro do barco.

Enfim, esse jogo com certeza vale o preço cheio pela quantidade de coisas que você pode fazer e sentir. É um jogo que precisa ser jogado com calma e com atenção nos detalhes, se deixe afundar nas histórias e na gameplay que posso garantir que no final não vai se arrepender, e talvez até tire um aprendizado com o jogo, eu pelo menos tirei.