Ok, Tsukihime tem uma escolha de palavras meio estranha que eu não sei se eu posso julgar por problemas de tradução ou se é a escrita do Nasu mesmo, mas de qualquer forma é uma escrita um pouco amadora, mas ainda sim Tsukihime consegue ser muito sincero com o que quer entregar e os temas que quer apresentar para o leitor, só não sabe fazer isso muito bem. Isso é um problema meio recorrente na novel na sua totalidade, até na escrita do Nasu que muitas vezes é verborrágica para um cacete (e é ok, não é algo que eu me incomodo tanto e até gosto pra falar a verdade, os segmentos de repetições de frases pro Nasu estruturar ideias, explorar a mente do Shiki e até de exposição demasiada do mundo são legais, acho que Fate peca muito mais nesse sentido do que Tsukihime, mas ainda sim o jeito que cada rota toma tempo para falar as mesmas coisas é meio ehhh, mas tudo bem). Porém, reitero o que disse sobre a obra saber muito bem o que quer entregar. Eu sempre tive um fascínio com a morte no sentido mais reflexivo mesmo devido a muita coisa que aconteceu comigo na infância, até meus 10 anos eu basicamente vivi em hospitais por problemas de saúde e não é algo que eu tenho muitos problemas de falar hoje em dia, mas eu ainda tenho uma saúde mais frágil que o normal. Mesmo sendo um assunto que eu sempre gosto quando uma obra retrata, normalmente a morte é sempre vista como um empecilho a ser refletido e superado, e poucas são às vezes que sai algo mais elaborado, como em Muramasa que me faz refletir até hoje sobre a vida utilizando da morte como um debate filosófico pra continuar sua narrativa, trazendo questões éticas mas indo além disso, ou Persona 3, que foi a primeira obra que realmente me fez questionar minha mortalidade de uma forma mais filosófica diante da minha própria vida. E Tsukihime é um pouco disso, a obra não traz nenhuma visão super foda desse conceito, mas trabalha com uma delicadeza e de um jeito que me pega muito. Como eu disse antes, eu sempre tive essas memórias esvoaçadas de morte quando eu era menor, e a novel faz um pouco disso. O Shiki éum protagonista que também me identifico bastante pelo motivo de que o corpo dele é uma bomba relógio, ele nunca sabe quando vai parar, mas sabe que é um destino eminente, muito mais eminente do que pra maioria das pessoas. Ele nunca sabe ao certo de tudo ao redor dele, memórias são esvoaçadas e em cada rota essas memórias têm significados diferentes e explicações diferentes, mas nenhuma é totalmente certa tal qual nenhuma é totalmente errada, ele nunca tem certeza exatamente do que tá acontecendo com ele, mas sempre acaba acreditando em algo. Falando nas rotas, Tsukihime tem um começo MUITO interessante, a rota da Arcueid é ótima, mas a da Ciel e da Akiha são meio qualquer coisa, só que pro final o jogo parece tomar um step up narrativo, porque as rotas da Hisui e da Kohaku são minhas favoritas (principalmente a da Kohaku, e sinceramente eu já esperava isso porque a rota da Sakura é a minha favorita de Fate, e isso levanta dúvidas da minha própria sanidade, mas ok), e depois disso tudo ainda tem o epílogo que é maravilhoso. Se não fosse pelas h-scenes totalmente desnecessárias (tirando talvez a da Hisui que é um momento bastante importante pra personagem), bagunça de roteiro e o plot colado por uma meleca, eu acharia a novel muito melhor. Não consigo deixar de pensar que virou uma obra bastante importante pra mim pelos temas, é uma nota 7, mas é um 7 com todo o meu coração.