Veredito: Escolhas variadas, mecânicas fodas, e dilemas morais.

Dishonored tá longe de ser perfeito: a dublagem às vezes é ruim e tem muito rosto mal animado (o que não é bom num jogo fotorrealista focado na história), certas decisões dos devs são muito questionáveis e ele sofre de uma falta considerável de polimento, incluindo bugs. Porra, recomecei o tutorial do zero por erro do jogo. Duas vezes!

Mas... sou forçado a achar ele incrível. Dishonored me fez pensar na maldade e bondade humanas, nos ciclos da sociedade, em ditaduras, nas pessoas horríveis que podemos virar se não tomarmos cuidado, se nos deixarmos levar por covardia, ou não soubermos diferenciar nossas boas intenções daquilo que decidimos fazer de fato. O trailer deixa bem claro: 'a vingança resolve tudo'. O jogo me dá todos os motivos e meios pra aloprar geral, pra matar com sangue e sem dó.

E me deixa decidir, a cada momento, o que fazer. Decidi não matar ninguém, resolver o problema do jeito mais pacífico que pude, e mesmo assim me sinto um merda. Me sinto também um ninja sorrateiro que passou despercebido de todo mundo e que soube aproveitar ao máximo cada arma, poder e caminho alternativo. Joguei um immersive sim fantástico, que botou mais roleplay nas mecânicas de stealth do que muito RPG bota nos atributos e números. Com seu roleplay e mecânicas, Dishonored fez pensar principalmente na minha própria ética, nos limites dela, no que deveria fazer para melhorar ela. E ainda não achei respostas.

Reviewed on Apr 17, 2022


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