7 reviews liked by Lilusfox


Minha filosofia de design para meus jogos é de "jogo vivo" e Daniel Mullins é um dos diretores que conseguem fazer isso.
Apesar de, em alguns momentos, a metalinguagem ser exacerbada, previsível e cômica (principalmente se você conhece obras dele). Em Pony Island, mais uma vez, ele utiliza os formatos da lingaugem de game para aplicar uma metalinguagem em sua gameplay, tema, narrativa e game design,.
Esse jogo aplica conceitos de programação em seus puzzles, além de dialogar diretamente com uma temática forte em desenvolvimento de jogo e UX que é: "Você não é o jogador de seu jogo".
Usar essas premissas e se apoiar na ousadia de quem joga para contar uma história é, no mínimo, ousado. Esse jogo acredita no seu potencial caótico e dialoga sobre a falta do domínio do autor perante sua obra.
Esse jogo é sobre gamedev.
É sobre entender que uma obra nunca fica pronta, que a obra é viva e que você não tem controle nenhum sobre quem vai jogá-la.
E, claro, sobre pony.

Não poderia ter apreciado Season em melhor momento. Hoje é o penúltimo dia de 2023 e me pego reflexivo sobre criar mais memórias do que dinheiro e Season é exatamente sobre isso, criar memórias, viver momentos, registrar e celebrar a vida em sua mais pura simplicidade.

Perceba que escrevi "apreciei" Season e não "joguei", pois ele foi uma experiência tão única e bela que me senti, de fato, dentro daquele mundo convivendo, rindo e chorando com aqueles personagens.
Eu quase conseguia sentir o cheiro dos ambientes.

Na música do OneRepublic, Counting Stars, tem um trecho que é cantado "Eu tenho orado muito para que chegue o dia que deixemos de contar dólares e comecemos a contar estrelas".

Season é simples, uma menina, sua bicicleta e sua mochila capturando momentos.

Season é arte, uma celebração da vida, da simplicidade de viver e da complexidade do ser humano. Uma reflexão da beleza do nosso mundo e dos males da humanidade.
Algo só é belo se tiver alguém para apreciar tal beleza e estou feliz que em estar vivo para poder apreciar Season.

O que esse jogo faz em termos de game design, criatividade, escala e evolução é absurdo e ofusca qualquer problema que eu tenha encontrado. Ele pega a base sólida de Breath of the Wild e vai MUITO além. Entrega set pieces memoráveis, uma história decente, chefes criativos e também coroa tudo com o melhor final da franquia. E tudo isso enquanto ainda mostra uma completa BRUXARIA em termos técnicos. Tenho até medo de imaginar como foi fazer a programação desse jogo e fazer tudo rodar minimamente bem no hardware do Switch (que, convenhamos, é uma torradeira).

Tears of the Kingdom é um daqueles jogos raros. Ele é especial. É uma obra-prima. E entre diversas outras obras-primas que iluminam essa indústria, se mostra uma conquista gigantesca de Aonuma, Fujibayashi e todos os malucos da Nintendo que tiveram a coragem de executar isso aqui. Afirmo sem receio algum que demorará um bocado para vermos algo do mesmo calibre na franquia e, por consequência, em qualquer estúdio.

Essa é uma daquelas experiências que você guarda para sempre. Supera seu a antecessor em todos os aspectos. Dá aula de game design e criatividade, e ainda consegue contar uma ótima e emocionante história.

É inacreditável esse jogo existir, é um feito inigualável levando em conta a plataforma onde saiu, a liberdade que ele oferece mas sem perder o foco é algo admirável. Não é perfeito, poucas coisas são, reutilização de alguns bosses incomoda, o combate não é dos melhores, o mapa pode ser grande ate de mais e os companheiros tem uma IA péssima. Mas no fim nada disso atrapalha a experiência final, tem cenas nesse jogo que vão ficar gravadas na minha memória pra sempre. Obra prima.

Talvez o melhor remake que eu já joguei? No momento é o que eu sinto e com vários motivos. Não há um único aspecto que não seja aprimorado em relação ao original e o conteúdo novo é sensacional.

look at all those real gamers giving 1/10

Ghostwire Tokyo seria perfeito se fosse um jogo linear com alguns coletaveis por levels. A história não é das melhores, mas ganha um charme no final. Shibuya é lindíssima mas o formato open world "Ubilike" me faz querer fugir de explorar muito. O combate é muito divertido mas ele cansa em alguns momentos. Sobre performance, o jogo sofreu com alguns framedrops severos no PS5, no dia que terminei rolou a atualização do VRR para o jogo, mas não vi se melhorou.