É normal ter um estranhamento Final Fantasy V, muito pelo que se viu depois dele, mas também por ele ser mais parecido com os três primeiros do que com seu antecessor direto (IV).

O enredo é simples, lembrando os três primeiros FF, e é bem amarradinho, com personagens principais e secundários bem construídos (impossível não amar Gilgamesh aqui), com direito a várias cenas adicionais que ajudam na construção deles, com uma fixação pouco usual com cenas noturnas. A exceção fica com o antagonista, que é meio raso mesmo em comparação aos predecessores do NES.

Da parte técnica, gráficos, som e direção de arte são o padrão Square, então tudo vai estar nos conformes da beleza. A pixel art é bem bonita, e os personagens têm diversas roupinhas conforme a classe que está atribuída e que fazem referência à outros jogos da série. Acho eu que é um dos primeiros exemplos de fan service.

Ainda na parte técnica, fica o destaque para a mecânica do jogo, em que se retoma o sistema de Jobs. São várias ocupações que os personagens podem desempenhar, cada qual com atributos bem distintos, permitindo um alto grau de customização do grupo, propiciando uma gama imensa de experimentação. Quando uma habilidade é aprendida por um boneco, ela pode ser utilizada em outro Job, o que ajuda na já citada experimentação. No entanto, com o decorrer do jogo, algumas funções e habilidades ficam claramente obsoletas, limitando muito as escolhas possíveis e tirando o brilho do fundamento mecânico do jogo. Senti isso mais ou menos com uns 30% faltando para o fim.

Terminei a campanha regular em umas 70 e poucas horas, e joguei a versão de GBA, que tem uma tradução bacana (sem adição de um suposto sotaque de marujo para um personagem), um bestiário com informações bem úteis além de jobs e uma dungeon adicional após o final campanha normal, que garante mais jobs extra e lutas contra chefes ainda mais cretinos.

Final Fantasy V não tem a fama do seu antecessor e do sucessor imediatos, pois além de ser meio diferente a Square trouxe ele pro Ocidente de um jeito não muito habitual. De todo jeito recomendo com gosto, e acho a versão do GBA a mais aconselhável, por todo o conteúdo extra.

Reviewed on Feb 15, 2023


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