O jogo é tão bom que deveriam escrever um livro com esse universo e com esse tal de Dante aí como protagonista. Até dou uma sugestão pro nome: "A Divina Comédia".

A ambientação é absurdamente boa. Você tá no Inferno, então tem que sentir o peso e a desgraça dolorosa que é aquele lugar. E p... que pariu, conseguiram entregar isso lindamente. Logo no começo você vê os pecadores caindo lá de cima e se passa horas ouvindo gritos angustiados deles sofrendo e pagando seus pecados naquele lugar horrível e cheio de lava ardendo. Arrepia muito a princípio. Mas devo dizer que depois de um tempo dá uma certa cansada, mesmo assim é incrível.

Toda a estética é pesada, o Dante tem uma cruz costurada na carne do peito, acontecem apenas as mais puras desgraças e só tem "gente do bem" nessa narrativa.

O design dos personagens é muito bom também, principalmente na parte dos Pecados Capitais. Por exemplo, a Gula é representado por uns inimigos gigantes inchados e na parte da Luxúria é só nudez pra todo lado e gemidos que não param mais (JOGA ISSO DE FONE E LONGE DE OUTRAS PESSOAS POR FAVORKK).

Ouvi muito dizer que esse jogo é meio difícil, então prossegui com um pouco de cuidado no começo, mas logo vi que era bem tranquilo. Cheguei até a pensar "Nossa, estavam realmente reclamando disso?", mas aí chegaram partes que eram muitos inimigos em sequência e eu fiquei umas boas horas nisso e finalmente entendi o que falavam. O negócio é bem desafiador mesmo na dificuldade média, no hard pra cima deve ser uma coisa que te faz arrancar teus cabelos. Mas eu gosto da forma como o jogo cria uma necessidade de você sempre precisar dar upgrade pra prosseguir nessas partes mais chatas.

No fim, é isso. Existem defeitos como em qualquer coisa, mas deu pra saciar a curiosidade de ver como seria um God of War com um tema próximo do cristianismo. Se alguém souber de algum padre que fez gameplay desse jogo aqui, avisa que eu revejo tudo de novo.

Ah, e o boss final tem uma surpresinha inusitada...

Joguinho de puzzle com um visual fantástico e uma boa mecânica. É uma baita de um jogo pra quem gosta de resolver puzzles, embora alguns foram facilitados demais, de modo que você só de bater com o controle na testa consiga resolver numa boa. Teve alguns que eu nem sei como eu consegui, mas eu passei só de seguir em frente sem pensar muito.

Música ok, acompanha o visual mas não tem nada marcante em específico.

Eu não entendi absolutamente nada da história, se alguém quiser me explicar por favor... Tô aqui. Mas eu aprecio jogos assim que contam uma história sem ter uma única linha de diálogo, só através do cenário e ações dos personagens, além das coisas que acontecem com eles.

Wow, que jogo incrível... É o meu GOTY de 2023 sem nenhum pingo de dúvida.

TOTK não é uma aula de game design, é um mestrado inteiro. É uma conversa totalmente harmoniosa entre jogador e os desenvolvedores. As mecânicas são a forma pela qual você se sente naquele mundo e pode mexer com ele a seu bel-prazer, tudo é palpável e maleável.

Você faz as coisas do seu jeito, você arruma suas próprias soluções. Tá com a cabeça cheia e não quer ficar pensando em puzzle? Sem problema, monta uma estrutura com um balão e mais algumas coisas, tente dar um jeito de pular tudo aquilo. Na grande maioria das vezes você vai conseguir fazer isso. E essas possibilidades tornam o jogo único por definição: cada jogador tem sua própria run e faz, ou deixou de fazer, coisas completamente diferentes de qualquer outro jogador.

Ainda falando de game design, eu xinguei os devs mentalmente em 90% das Shrines que eu entrei: "Filho da p... Como conseguiram pensar nesse puzzle?". Foi algo além de orgânico, em todo momento eu senti que o jogo sabia dos meus conhecimentos nele. E ele brinca muito com isso. Em vários momentos, ele pega uma lógica ou regra já estabelecida e a QUEBRA totalmente com uma safadeza sem vergonha... E isso também quebra o que eu já disse sobre você conseguir arranjar suas próprias soluções, eu sei, mas isso vai além da sua esperteza mesmo. Você vai se deparar com um problema e pensar "Hmmm, ovo tenta o truque do foguete com o escudo e trolla o jogokkkkkkk", mas em tal puzzle esse truque não vai valer. Não por impossibilidade, mas porque o jogo previu o que você faria. O jogo quebra as regras que ele mesmo inventou.

Esse jogo executa o melhor meio de ensinar que existe: você descobrir por si só através do ambiente ou através da lógica daquele mundo, dos seus poderes. Sem nem usar palavras além do conceito das ferramentas. Você vai ter que parar e observar, imaginar as várias possibilidades de soluções pra resolver aquilo.

A música é absurdamente linda, dá pra sentir, apenas as ouvindo, o carinho e o respeito que tiveram com as músicas da franquia. É fantástico. Cada região tem seu próprio tema e todas são boas, sem exceção.

Sinceramente, tô nem aí pra toda aquela discussão de gráficos que jogaram em cima do TOTK. Pra mim é bom o suficiente e cumpre com o que prometeram e com o que eu esperava. Então é irrelevante na minha opinião.

Prefiro mil vezes o que o TOTK fez: achar os glifos nas gramas pra ver as memórias e o desenrolar da história. Um dos meus problemas com BOTW era que você tinha que procurar por lugares e ângulos específicos pra ver as memórias. Me senti com mais vontade de explorar aqui do que em BOTW.

A narrativa por si é ok, não é o melhor ponto, mas entretém até o fim. Particularmente eu esperava um pouco mais, pensava em algo mais sombrio, algo como Majora's Mask em relaçãoo a Ocarina of Time. Mas funciona de qualquer forma.

Por fim, só irei apontar uma coisa que me incomodou: apesar dos ótimos puzzles das Shrines, não gostei das recompensas. Era muito frustrante quando você ficava meia hora a mais resolvendo os puzzles extras, só para no fim receber um item porcaria ou um âmbar qualquer que vale 10 rúpias. A recompensa mais desanimava, em alguns casos, do que te motivava. Me senti mais afim de fazer tudo pelo maravilhoso level design. E isso não só rolou com as Shrines, mas também com um acampamentos de Bokoblins ou qualquer outros bichos. Tu ficava minutos batalhando contra hordas, depois ter aquela ceninha do baú abrindo e a dopamina disparar, mas quando o abria vinha uma lança que dava 3 de dano. MUITO OBRIGADO JOGO.

Mas é isso. Foi provavelmente o melhor jogo que já joguei, então nem preciso dizer que vale a pena jogar.

Esse tal de President Silver 4ª Edição Remixado é bom, viu...

Antes de começar a elogiar é bom ter em mente que a Capcom não podia errar como fizeram com o remake do 3, Resident Evil 4 é um dos maiores sucessos comerciais dela e o mais vendido da franquia. Ela teria que ser absolutamente estúpida para dar um tiro de bazuca no próprio pé assim.

Dito isso, em um mundo onde Tears of the Kingdom é adiado para 2024, Resident Evil 4 Remake estaria bem à frente para ganhar o GOTY desse ano, mesmo com o original já tendo ganho em 2005. Não que isso seja tão importante assim.

O jogo cumpriu extraordinariamente com a visão de "reimaginação" que tanto a Capcom falava. É um jogo que melhorou muito do RE4 original respeitando-o como o clássico de peso que ele é.

O remake é bem mais maduro e crível. Dá pra perceber isso vendo o quanto eles aprofundaram os personagens centrais e deram pra eles maiores responsabilidades dentro da lore. O Luis é importantíssimo, o que ele fez, os motivos de ter feito e, com base nisso tudo, ter tomado novas decisões que ajudam o Leon mais pro final. A Ashley não é mais aquela cosplay de Dumbo, sem personalidade quase. O Krauser faz coisas (spoiler) que justificam mais a luta contra ele, além de também ter uma motivação a mais que é a Operação Javier, melhorando a conexão com o The Darkside Chronicles. Além da Ada e do Saddler também terem tido consideráveis mudanças boas.

Ainda é um clichezão? Sim, mas não é mais tão escrachado quanto o original. Mudou-se muita coisa para melhor. Ainda nisso, eu já vi tanta gente jogar o RE4 original que, caso eu passasse uma horinha revisando, eu conseguiria recitar toda a história e as fases do original. Mesmo assim, eu me surpreendi com as diferenças e mudanças, porém ainda com um ar de familiaridade forte. Foi um sentimento muito bom: ser surpreendido mesmo sabendo o que vai acontecer.

A mudança de cenário foi muito bem feita. Na parte da vila e da cabana com o Luis foi muito marcante. Você desesperado e encurralado com hordas e mais hordas de Ganados, que fazem uma oração de ameaça em coro... Que parte incrível. Ao fim dela, você fica arfando igual aos personagens. A parte da Ashley ficou muito maior e melhor, com a mecânica de paralisar as armaduras com luz azul e com mais puzzles. A única exceção nisso tudo pra mim é a ilha, tanto no original quanto no remake, essa parte me dá dor de cabeça.

Os bosses em geral também ficaram ótimos: El Gigante, Del Lago, o Mendez, Verdugo, etc. Mas pessoalmente eu achei falta do U-3, a parte dele no original é uma das mais aflitivas do jogo, e não entendi o motivo de terem cortado. Mas dá para relevar isso dado o jogão que entregaram. Quanto a inimigos, só falo que o Regenerator não me deu tanta aflição assim, acho mais assustador ele no clássico.

A trilha sonora é boa, já que a do original também é boa, então teriam que se esforçar muito pra piorar. Mas ainda tenho mais carinho pela ost do clássico.

Num geral é isso, ainda tenho pormenores bons e ruins a respeito do jogo, mas é coisa que tu pega jogando e vê se gostou ou não. O jogo é recomendadíssimo, apesar de eu pensar que ele é melhor aproveitado depois de jogado o 2 Remake (PULAR O 3 Remake POR FAVOR) e partir pra esse.

O jogo original é insubstituível pelas inovações e por tudo que fez, especialmente pra mim que joguei e vi jogarem desde novo. Mas o remake foi muito bem vindo e me agradou bastante.

Logo de cara a pixel art desse jogo se destaca, principalmente nos reflexos da água, que dá um visual bacana pro jogo. Em suma, tudo é muito lindo, apesar de ser simples.

A gameplay se resume em andar por aí com seu cavalo, ganhando moedas pra investir em profissões, se proteger à noite de trolls e outros inimigos, evoluir sua base pra ter muros mais resistentes e liberar mais profissões até você conseguir destruir os portais e zerar o jogo.

Alguns problemas ficam evidentes quando você joga, é normal visto que é o primeiro da série Kingdom. Mas vale a pena listar:

- É impossível cancelar uma ação no jogo. Se você sem querer colocou suas moedas para construir uma torre, por exemplo, já era. A torre vai ficar lá e você vai perder arqueiros à medida que você expande seu
reino.

- A IA dos arqueiros não é muito boa. Já aconteceu de eu estar sendo atacado de um lado, então desesperadamente tento contratar mais arqueiros e eles irem pro lado oposto, o que está tranquilo.

- Baixa variedade. Novamente, é o primeiro da série. É normal ter poucas variações, mas mesmo assim, poderia ter mais profissões, inimigos, construções, etc etc.

No geral é um game muito legal e viciante, é prazeroso explora-lo também. Mas quando você zera e parte pra pegar as conquistas, torna-se muito tedioso e monótono os dias passando. Já me peguei jogando esse jogo e vendo algum vídeo no youtube ou ouvindo músicas.

Recomendo que jogue este pra saber como funciona a mecânica base dos sucessores ou só pra passar o tempo mesmo.

Review escrita em 2020.

Incrível o quão único Half-Life 2 é. Desde as armas, inimigos, mecânicas até a história, tudo é tão próprio e autoral que mesmo sem jogar por 10 anos tu ainda se lembra quando vê.

Eu gosto muito da variação de cenários e gameplay, uma hora o jogo parece ser de terror, com espaços fechados, munição limitada e os inimigos chegando bem perto de você, tendo até sustos em algumas partes. Em outra hora, o jogo é de ação desenfreada, um exército de inimigos pra você matar, explode helicóptero, munição praticamente infinita, etc. E não importa qual gênero o jogo encarna, ele faz tudo muito bem.

Apesar de ter gostado de alguns personagens, como a Alyx, eu admito não ter prestado muito atenção na história, muito por causa do ritmo do jogo. É bem difícil prestar atenção a um diálogo mais longo depois de ter horas de ação desenfreada. Mas eu ainda vou atrás de entender a narrativa.

O jogo apresentando novas armas é incrível, logo de cara você tem várias possibilidades, porém ele faz isso rápido demais e da metade pra frente do jogo ele não tem muita coisa nova, e isso deixa ele meio repetitivo e deixa um pouco chato. E pessoalmente eu me emputeci com algumas escolhas de game design, fiquei algumas vezes perdido sem nenhuma razão.

Mas sem dúvidas recomendo demais, é um daqueles jogos "obrigatórios" de tão clássico que é.

Piorou em relação ao 2 Remake e pessoalmente esse jogo só me fez ter vontade de jogar o 3 original exclusivamente para ter propriedade pra xingar o remake, mas mesmo assim eu ainda acho que pra um jogo de ação com elementos de terror é até que bom.

Está longe de ser o jogo que eu mais joguei, mas com certeza é o jogo que eu mais vi outras pessoas jogando, desde vendo meu irmão quando eu era criança até séries no youtube e live streams.

Classicão. Mesmo com o ótimo remake que saiu agora, eu duvido que vão deixar de jogar ele.

Os temas das safe rooms de Resident Evil são uma maravilha. São tão calmas e passam um ar de segurança, como uma música que se colocaria pra uma criança dormir em um berço, mas também dão um sentimento de perigo constante, como um aviso de que a morte está chegando. E a safe room de RE4 e o tema do Mercador se destacam entre os outros Resident Evil, ouço já há anos.

Sou incapaz de julgar qualquer coisa desse jogo.

Pode falar o que quiser da Rockstar, mas ninguém supera tecnicamente os caras. A partir do GTA 3, só lançaram pérolas que estavam, no mínimo, anos na frente de qualquer outro jogo da época. E mesmo hoje, 13 anos depois, não é nada fácil encontrar um jogo tão divertido quanto Red Dead 1, é loucura que ele ficou preso na geração xbox 360/ps3 e mais loucura ainda que ele saiu nesses consoles.

Personagens muito bem escritos, a narrativa não te deixa piscar, gameplay não cansa e mesmo depois de zerar você quer continuar jogando. O final do jogo é simplesmente genial. Pra quem está acostumado com o humor do GTA, chega até a ser estranho um jogo da Rockstar que se leva tão a sério, mas o resultado disso é incrível.

Além da história principal, as missões secundárias são igualmente cativantes, até arrisco a dizer que gostei mais delas do que as que tem no GTA. Já ouvi dizerem que "o mapa do jogo é vazio", mas sinceramente prefiro mil vezes mais um mapa "vazio" porém com a garantia de que cada coisa que aparecer pra mim, sejam missões, eventos aleatórios, atividades, etc. são de qualidade, bem escritos e realmente valem meu tempo de lazer do que um mapa Ubisoft-like: um trilhão de missões e atividades genéricas que poluem o mapa com ícones e aumentam artificialmente o tempo do jogo.

Enfim, falar que apenas recomendo não expressaria 5% do que realmente eu queria expressar. Estou ansioso pro Red Dead 2, que é de conhecimento geral que é de um primor técnico absurdo.

2018

Experiência visual e sonora fantástica.

A forma como conseguiram contar uma história apenas usando elementos visuais e simbologias, com a soundtrack dando suporte, é sensacional.

Achei muito satisfatório o Level Design, é incrivelmente fluido e acrescenta muito valor ao conjunto final.

História te bota pra refletir e faz você se perguntar "O que eu faria se perdesse meu refúgio nas horas difíceis?".

Recomendo com certeza.

Em cada sala nova e em cada bicho esquisito e bizarro, eu me arrepiei todo. Foi uma bela experiência de terror.

Algumas músicas são bem chatinhas e repetitivas, mas várias delas são lindas e complementam bastante a atmosfera do jogo.

Experiência sensacional. Assim como toda obra única, eu a estragaria caso contasse o motivo de ser boa. Recomendadíssimo!

Os caras sabem como contar uma história, não tem como.

Um dos jogos da minha vida...

E assim se encerra a minha jornada com Witcher.

Já é banal falar o quão ótimo o jogo e suas DLCs são, por isso não vou repetir o que todos falam. Será difícil achar agora outra obra tão cativante quanto, mas é isso... Esperar o Vazio de zerar Witcher passar e ir pra próxima.

Só falar que o Regis é um baita personagem, desde os livros eu gosto dele. E nessa DLC eles trouxeram ele de volta e mantiveram a mesma essência do cara. Admito que senti falta de uma referência à Hansa do Geralt, afinal foi algo que marcou muito os dois personagens. Nem precisava fazer muito, talvez uns diálogos falando sobre a Milva, o Cahir, a Angoulême. Seria um presentão. Mas enfim, é um jogão de qualquer jeito.