Hitman 3 é a prova cabal de que a trilogia World of Assassination é um dos, que sá o maior clássico moderno do gênero Stealth.

Em Hitman 3, os principais alicerces da gameplay "criados" em Hitman 2016 e evoluídos em Hitman 2 são, não só mantidos nesta edição como também são ampliados, e dão novas formas do jogador de experimentar os mapas aqui propostos. O principal exemplo foi a câmera, introduzida em Hitman 2 era apenas um elemento in game para o modo foto, agora em Hitman 3, ela ganha a capacidade de hackear determinados elementos chaves em algumas missões.

Ao contrário da história confusa de Hitman 1 e da história boa, porém esquecível de Hitman 2 - estas por sua vez servindo apenas como um pano de fundo pra justificar as ações e ambientes ao qual 47 estava inserido - em Hitman 3 a história é, não só extremamente presente e um ponto chave (e muito bom) do jogo, como também é intrínseca ao gameplay e mapas. Todas as missões trazem uma parte da história, não só no começo e no fim como antes, mas no meio das mesmas, o que traz, em uma primeira jogada, o sentimento maior de imprevisibilidade e torna os mapas muito mais orgânicos. Por outro lado, a história mais presente, ao meu ver, tira boa parte da rejogabilidade incrível que todos os mapas anteriores, desde 2016, traziam. Mesmo que, ao meu ver, esse seja o principal e único ponto negativo do jogo, esses são de longe a variedade de mapas/missões mais legais e criativos de toda a franquia. É impressionante ver como a IO Interactive conseguiu misturar elementos de franquias do cinema e da literatura como Bourne, 007, Missão Impossível, Sherlock Holmes e Agatha Christie com o refinado stealth de Hitman!

Falando em mapa, esse é de longe o Hitman mais bonito nesse quesito. Não só pelos gráficos - que sim, são mais bonitos que Hitman 2, mesmo dentro da coletânea World of Assassination - mas a direção de arte de todos, sem exceção, é perfeita. Não teve um único mapa que eu não parei para tirar fotos da paisagem, e graças aos gráficos hiper realistas, tornaram as fotos mais belas e facilmente confundíveis com a realidade.

Outro ponto que ganhou um excelente upgrade em relação aos dois anteriores foi a trilha sonora. Além dela ser excelente e de longe a melhor dos três, a trilha deste jogo servem pra gerar o impacto exato que o jogador deve sentir ao executar certas ações, ou entrar em situações desconfortáveis. Pra mim era comum sentir um levíssimo medo de ser descoberto ao longo dos mapas, pois, tal qual um filme de terror, uma música soturna aumentava de tom conforme o perigo se aproximava do personagem. Em momentos de deslumbre, uma música mais épica era tocada no primeiro plano. E em momentos de ação extrema, músicas mais enérgicas compunham a "cena" perfeitamente. É evidente que a IO se utilizou de artifícios do cinema pra compor o jogo, o que deu ao mesmo uma aura diferente e, de certa forma, delicada ao jogo.

Me repetindo pela terceira vez seguida, Hitman 3 (e os dois jogos anteriores) é sim obrigatório pra todo e qualquer fã de Stealth que exista, não só os veteranos mas os novatos. Ele é não só uma experiência completa dentro do gênero, mas uma aula de como criar mapas que estimulem o jogador a desfrutar os mesmos de formas completamente diferentes. Ao meu ver, esse jogo em específico, é a verdadeira evolução do Stealth tático, e uma breve visão ao o que o gênero poderá propor no futuro.

Reviewed on May 13, 2023


Comments