Não é à toa que essa franquia é uma das que ajudou a pavimentar o gênero, esse jogo é absurdamente bom.
DMC3 é ridiculamente insano, possui um combate ridiculamente bom, arrumou o excesso de ângulos de câmera do primeiro jogo, o ritmo das batalhas é mais frenético, a liberdade que tu tem com o Dante é muito alta, a nova vibe mais humorada se levando menos a sério é perfeita, as cutscenes são incríveis, a trilha sonora tá maravilhosa, os inimigos tem bons designs, todas as armas são muito divertidas e a dificuldade é bem desafiadora e recompensadora, fazendo com que você queira se esforçar e vá melhorando no jogo gradativamente, que é um dos meus maiores prazeres jogando videogame, você sente que tá melhorando mesmo sendo surrado infinitas vezes.
Esse jogo tem muita liberdade e isso potencializa demais o fator replay, tanto que quero demais rejogá-lo no futuro para usar outro set de armas e estilo, é fenomenal.
Os problemas são que alguns inimigos são ridiculamente chatos e atrapalham no propósito do jogo de ser rápido e eficiente, como os fantasmas e os fallens que me dão vontade de cometer suicídio; a terceira fase do jogo, mais ou menos após a missão 13, onde a progressão do jogo parece meio enrolada para render mais horas, principalmente com a fase de girar a torre que é muito chata e na minha rejogada com o Vergil foi bem mais rápida, mas ainda assim. E também a própria campanha do Vergil. Não me entendam mal, o personagem é divertido e difere do Dante, o que é muito bom, ele não é só uma skin, porém, também é bem limitado e sua inserção, embora traga bastante virtude, também me pareceu muito apressada.
Sua campanha possui apenas uma cutscene extra, que é a inicial, o que tira todo o potencial de mostrar mais situações que não foram apresentadas nas cutscenes do Dante, ok que até naquela campanha, tínhamos a perspectiva do Vergil, mas tinha como incrementar algumas coisas aqui, como o que acontece após a missão 14. Isso não é tão grave pois a ideia do jogo não é tecer dois pontos de narrativa ou algo do gênero, só acho que acaba tornando a campanha do Vergil mais desinteressante e não te dá nenhum motivo para zerá-la a menos que você queira bastante. Também tem o problema de que ele não possui variações de tempo nos ataques, se por um lado isso deixa sua gameplay mais simples e direta, por outro a torna mais repetitiva, dado que falta variações se comparados com o Dante, que tinha um leque de possibilidades muito maior e interessante.
Mas o maior problema disso e que reforça minha teoria de ter sido meio apressado, é que nas fases onde, na campanha do Dante você enfrenta o Vergil, aqui você não enfrenta o Dante, mas sim o Vergil de vermelho. Isso é tão tosco e sem sentido, pois o Dante e seus ataques já foram programados no jogo já que os utilizamos, era só programar uma IA para fazer as lutas, não era tão difícil, fazendo com que a campanha do Vergil seja exatamente igual a do Dante. Isso incomoda ainda mais na missão 19, que me fez brochar tanto que nem hypei para matar o chefe.
Esses são os maiores problemas de DMC3, mas não destroem a experiência, embora tenham me feito abaixar a nota de 8.5 para 8, são apenas tropeços que podem ser melhorados no futuro. As qualidades aqui se sobressaem demais.
DMC3 é apaixonante, possui bons personagens, cutscenes maravilhosas até hoje, um combate absurdamente divertido sendo um dos melhores do PS2, trilhas ótimas, uma variedade absurda que te traz um leque de experimentação enorme já que cada jogador pode jogar a sua maneira, fazendo com que o jogo também tenha um grande fator replay. Uma sequência digna que não só revolucionou o gênero hack-and-slash, como também sua própria franquia e é com certeza um dos melhores jogos da sua plataforma. Ter minha primeira vez com esse jogo agora em 2021 me fez ver o quão bom ele é, que seus defeitos são cobridos por suas qualidades e o quão bem ele envelheceu.

Reviewed on Nov 15, 2021


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