Recentemente, terminei Quantum Break, um jogo de narrativa e ação em terceira pessoa lançado em 2016 para Xbox One e PC, e disponível no Xbox Series X|S pela retrocompatibilidade. Esse game foi desenvolvido pela Remedy Entertainment, desenvolvedora de Control e Alan Wake II, e conhecida por fazer jogos de ação com bons gráficos e com um grande foco na narrativa, e com Quantum Break isso não foi diferente.
Pra ser sincero, nem gosto muito de abordar Quantum Break apenas como um jogo, mas sim como uma experiência transmídia, já que também inclui uma série e um livro contando sobre a história, algo bem diferente e no meu ver ambicioso.
Deixo claro que o que será escrito subsequente representa a minha opinião sobre o game com base na minha experiência sobre, beleza?
Com isso, bora que bora :)

ENREDO/SINOPSE/HISTÓRIA
Dando um panorama bem geral na história pra não estragar a experiência: O jogo se passa no ano em que foi lançado, 2016, inicialmente na Universidade de Riverport, no qual Jack Joyce (protagonista) é convidado por Paul Serene (antagonista), seu melhor amigo e posteriormente seu pior inimigo, para um teste sobre um projeto de viagem no tempo que envolve a participação do irmão de Jack, William Joyce. Essa viagem no tempo dá errado e faz com que Paul e Jack fossem atingidos por uma grande quantidade de chronon, o que fez com que ambos ganhassem poderes de manipulação do tempo, como visão temporal dos inimigos, congelamento do tempo e esquiva rápida, enquanto Serene consegue inclusive ver acontecimentos futuros caso exposto a uma maior quantidade de chronons. Com isso, Jack precisa voltar ao passado, dar um jeito de consertar a máquina e assim salvar o mundo, mas vai contar com uma grande oposição da Monarch Solutions, empresa fundada por Serene, que ao sofrer que quer utilizar da fratura do tempo como um controle de poder.
A história acontece enquanto é narrada por Jack durante uma entrevista com uma das funcionárias da Monarch. Ela possui 5 atos, e no final de cada ato, você controla Paul Serene, o principal antagonista da história, além da “bifurcação”, no qual são duas escolhas de continuação da história oferecidas ao jogador que irão impactá-la.
No geral, gostei bastante da história, foi um dos pontos fortes do jogo para mim. O cenário de viagem no tempo e física quântica é bem interessante e algo que eu não tinha visto antes. O jeito trabalhado com alguns dos personagens também é bem legal, no qual nas primeiras aparições parecem irrelevantes, mas que possuem um papel importante posteriormente, como William Joyce, Nick e Beth Wilder. Perto do final do game, a história aparentemente começa a mudar de rumo, chegando a me enlouquecer um pouco rsrs.
Outra coisa muito agradável é essa transição para o Paul no final de cada ato, no qual é explicitado seus sentimentos e pensamentos sobre o tempo e sobre o seu plano de controle, além das “bifurcações”. A minha única questão é que a história dá uma brecha para uma possível sequência, já que acredito que o ciclo do fim não foi fechado em um jogo único, o que infelizmente acho difícil de acontecer.
Além disso, a ideia de “transmídia”, expandindo o enredo para o mundo das séries e dos livros é algo bem legal, único e ambicioso, algo que eu nunca tinha visto antes, mas que acho também que poderia confundir quem não se aprofundasse tanto na narrativa. Infelizmente, quando joguei o jogo, os episódios não estavam disponíveis para serem reproduzidos, tanto no PC quanto no Xbox. Só para deixar claro: a série aborda um lado paralelo da história e o livro aborda com mais detalhes o enredo comparado ao abordado no jogo. Com certeza vou procurar saber mais sobre eles!


JOGABILIDADE/GAMEPLAY/TRILHA SONORA
Quantum Break é um jogo de ação-aventura em terceira pessoa, tendo uma jogabilidade baseada principalmente na ação, mas também em diversas vezes com elementos de plataforma 3D e puzzles.
O protagonista possui vários poderes adquiridos com a ruptura do tempo. Entre eles, temos a “visão temporal”, transforma a visão do jogador em uma escala de “cinza” e dá destaque aos inimigos, armas e munições disponíveis no local, além de objetos explosivos; o “escudo temporal”, que protege o jogador de disparos de inimigos; a “esquiva temporal”, que faz o jogador se esquivar rapidamente, entre outros. Isso pra mim também é um ponto forte do jogo.
No geral, a jogabilidade do jogo é boa e tirando os efeitos e poderes, é comum comparada a outros jogos, porém diversos pontos me incomodaram, como a transição do andar do personagem quando anda mais rápido para mais devagar e vice-versa, a falta da mira em diversas situações de ação e não poder carregar mais de uma arma na parte final do jogo, o que não faz muito sentido para ser sincero, além de outras coisas.

GRÁFICOS/DESEMPENHO/LOCALIZAÇÃO
Falando como leigo de gráficos, Quantum Break envelheceu como vinho no quesito de gráfico, mesmo na versão de Xbox One, ainda mais se considerarmos que o jogo é de 2016. A versão de PC tem gráficos ainda melhores que a versão de Xbox. Mesmo estando no preset “médio”, os gráficos se mantêm bons. Outro ponto forte de Quantum Break.
A direção artística do jogo é bem boa, os cenários do jogo são bem bonitos e os efeitos provocados pela ruptura do tempo também são bem trabalhados – um bom trabalho da Remedy no geral. Mas isso não significa que não há problemas: no PC, tive problemas terríveis de iluminação, a ponto de mal conseguir ver o cenário e os outros personagens. Outra coisa que me incomodou foi a repetição de inimigos e armas que o jogo possui – podia ter uma maior variedade aqui.
Agora falando de desempenho: joguei tanto a versão de Xbox quanto a versão de PC. A versão de Xbox (tanto no One quanto no Series) fica cravada a 30 frames por segundo, enquanto o PC pode atingir taxas de quadro mais altas, deixando a experiência bem mais fluida. Praticamente não tive crashes ou bugs nem na versão de Xbox nem na de PC. A minha única crítica é que poderia haver uma versão aprimorada para Xbox Series, com gráficos aprimorados, frame rates maiores e loadings mais rápidos, visto que a versão de Xbox Series é a de Xbox One.
Se você tiver PC/notebook gamer e Xbox e seu PC atender os requisitos recomendados (pelo menos no preset “médio” no meu ver), compensa mais jogar a versão de PC no meu ver.
Se tratando de localização do jogo, o jogo é totalmente localizado em português brasileiro, já que é tanto legendado quanto dublado. Só um adendo: a dublagem é bem boa.

CONCLUSÃO/RESUMO
Quantum Break é um jogo diferente, ambicioso, e no meu ver subestimado comparado as reações do público e da crítica na época. Ele possui gráficos que se mantém bons até hoje, uma narrativa profunda, contando com um elenco de peso, possibilidades de escolha e a execução que ultrapassa a barreira dos videogames com livro e série; uma boa jogabilidade e até variada em certo ponto, com a presença de efeitos e poderes temporais, além de ser totalmente localizado em português. Porém, os problemas de iluminação e de jogabilidade que o jogo possui podem incomodar na gameplay, e os 60 FPS fazem bastante diferença ao jogá-lo, o que infelizmente não foi aprimorado para a nona geração de consoles da Microsoft. Além disso, a história dá um gostinho de quero mais, ainda mais pelos acontecimentos pós-crédito. Dito isso, um sólido 8/10! (4/5)

RECOMENDO O JOGO?
Recomendo Quantum Break, ainda mais se gosta de jogos com foco narrativo-cinemático e da Remedy.

Reviewed on Jan 31, 2024


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