Estamos a todo momento caminhando em trilhas de convenções sociais, no modo como nos comunicamos, como andamos, como comemos. A verdade é que mesmo quando achamos que estamos fazendo algo totalmente inesperado e inusitado, muitas vezes ainda estamos seguindo algum tipo de convenção.

Você pode dizer que não liga para regras e normas, mas elas estão afetando o seu comportamento, mesmo que seja indicando quais caminhos você não vai seguir. Por isso, mesmo que The Last Guardian seja um jogo único, fico na dúvida se ele está quebrando com convenções de video games.

É claro que não é comum ter um jogo cuja principal mecânica está relacionada com lidar com um animal de comportamento realista e que não obedece direito os seus comandos. Alguma coisa dentro de mim diz que uma hora ou outra um jogo como esse iria surgir.

No entanto, independentemente se o jogo está desafiando convenções ou não, eu fico feliz que existam jogos que me façam pensar nisso, que existam pessoas com coragem de desenvolver ideias pouco usuais. Talvez mais importante do que fazer algo, sem sombras de dúvidas, totalmente novo e inesperado, é o exercício de nunca deixar de tentar chegar nesse nível.

The Last Guardian não é um jogo ótimo, mas é um jogo que traz algumas esperanças de que vale a pena tentar lutar contra convenções para fazer algo único. Talvez, com ideias desse tipo, um dia consigamos chegar realmente a quebrar algumas regras e convenções e trilhar outros caminhos, melhores caminhos, diferentes de tudo o que já vimos até então ou que um dia esperaríamos ver.

Reviewed on Sep 15, 2021


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