Joguei Max Payne pela primeira vez em 2016, lá pros meus 12 anos, no meu velho notebook amaldiçoado e desde então foi um dos meus jogos favoritos. Na época, o porte para o PC já não era o mais estável, então eu joguei Max Payne sem som na maior parte das cutscenes e sem saber a história. Por isso, estava querendo rejogar tem um tempo, especialmente se levar em conta o anúncio do remake (que tirou o jogo da Steam, vacilo isso aí), e cá estou - zerei o jogo, e posso dizer que tem muito aspecto que é melhor do que lembrava, assim como há outros pontos que não me apeteceram tanto hoje em dia.

O que mais me prendeu durante as horas do jogo foi sua história, coisa que não consegui acompanhar quando criança. Narrado pelo próprio Max Payne, seu conto é através de graphics novels que se apresentam entre as fases e no início de cada capítulo do jogo, com uma inspiração gigantesca em histórias noir e ficção pulp, isso acompanhado pela dublagem em inglês - ou brasileira, como joguei. Essa forma de contar a noite de vingaça de Max sem dúvidas é um dos seus pontos mais charmosos e atrativos. Max Payne não tem vergonha de ser camp em muitos momentos, cheio de falas lotadas de metáforas e diálogos super cômicos cheio de referências a clássicos de ação, potencializando ainda mais graças a dublagem brasileira que é aquela que é tão "ruim", que dá volta por cima que fica boa (por mais que o dublador do Max é até que bem bom).

A parte introspectiva é bem interessante também, Max é totalmente bitolado por conta desse desejo de vingança e ele reconhece que não é nenhum herói nessa história, por mais que claramente ele goste de se sentir como um. O ritmo, no entanto, começa a decair pra segunda metade pro final, alguns trechos da história parece muito qualquer coisa para preencher a história, e a vilã de fato não é tão bacana assim.

A história de Max Payne se complementa muito a sua atmosfera, essa que é sensacional do início ao fim. É uma imersão completa a essa nova york soterrada por esse inverno eterno e que cobre toda a violência, depravação e corrupção. Há uma certa interatividade com alguns objetos posicionados pelo cenário e dá pra notar o esmero dos devs para deixar esse ambiente vívido no meio de tanta morte.

Falando em tiroteio, Max Payne é uma das grandes referências de shooters na época que saiu, e ainda se sobressai para hoje em dia. Há muitas armas a sua disposição, 9 armas de tiro, 2 armas corpo a corpo e 2 arremessáveis. Talvez a longo prazo você acabe deixando de lado de muitas dessas armas, pq todas as metralhadoras são objetivamente as melhores armas, já que a frequência de tiro dão stuns em inimigos que evitam eles revidarem. O bullet time é muito gostosinho de usar e o bom uso dessa mecânica te recompensará com um flow de gameplay muito satisfatório no jogo. Os inimigos no geral são bem parecidos, mas o level design de todas as fases são bem inventivas para que você esteja sempre enfrentando situações adversas.

Não é um mar de flores, eu ainda não saquei 100% como o dano de algumas armas funcionam, tanto por mim quanto pelos inimigos. Tem vezes que os inimigos te dão hitkill a distância e tem horas que estou sambando com eles colado e mim e acertam poucas vezes, ainda por cima dando pouco dano. Por conta disso, algumas situações meio frustrantes de frequentes tentativas e erros rolam com certa frequência que atrapalha o fluxo do jogo. Tem muitas horas que as fases são bem sacanas também, tem vezes que é chato, em geral, a gameplay é excelente, como é de se esperar, mas dá para melhorar bastante.

Outros aspectos como a trilha sonora também tem suas qualidades. Praticamente, Max Payne acho um jogo ótimo em todos os pontos. Para um primeiro jogo, um acerto e tanto. As vezes o ritmo fica bem chato e chega a cansar perto da segunda metade, mas ainda continua um excelente
game. Curioso com as sequências a seguir.

Reviewed on Sep 17, 2023


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