Hellblade II é um convite, de nos colocarmos na pele do outro. Uma oportunidade de conhecer um sofrimento que não é nosso. Um lembrete de que jogos não são ampolas de dopamina a nosso bel prazer, como o pedaço de fast food digital que a indústria e seus consumidores tanto lutam para equipará-los. Hellblade II é uma obra que convida a gente a se machucar, sofrer, sentir na pele a incerteza, agonia de estar preso, de sangrar por um personagem que tão pouco conhecemos, assim como quem está próximo de nós, abrindo mão das convenções de design replicadas pelos seus semelhantes, e esse jogo ainda vai sofrer muito por isso, assim como Senua toca na nossa alma e grita pela liberdade, e mais do que nunca, consegue replicar em nossos sentidos cada gota de seu próprio sofrimento, clamando por ajuda.

Mas assim como todos os monstros um dia já foram humanos, a diferença do peso que carregamos dos nossos pecados é a escolha de levar eles conosco, como uma promessa, ou de deixarmos que as vozes tomem conta de nós.

"AAA de 6 horas"
"Mais cinema do que jogo"
"Experiência interativa"

Vozes, vozes e mais vozes. Desde quando somos assim?

Reviewed on May 23, 2024


1 Comment


24 days ago

Uma das melhores resenhas que vi nesse site sobre o jogo, parabéns.