ATENÇÃO: Esta review não é patrocinada pela Karcher Brasil ou Internacional.

Dentro de uma biblioteca absurdamente extensa de tudo que é tipo de simuladores que os videogames nos proporciona, depois do EuroTruck Simulator e do Farming Simulator, esse foi o único que realmente me deixou curioso. Não é pra menos, é um simulador KARCHER K2 PLUS.

De início até é um bom passatempo, é até satisfatório quando tu termina a van lá e compara ela ao estado que ela tava no início. O jogo não se leva a sério e esse é um dos grandes triunfos dele. O gráfico é simples mas bonito, principalmente pro que o jogo se propõe a ser, e as mecânicas são funcionais e a jogabilidade é bem simples e fácil de pegar.

Mas a questão é: não dá pra jogar isso por mais de uma hora. Quando tu termina de limpar a van e parte pra limpar o quintal, tu já percebe que esse jogo é uma alma maligna que te suga e faz em ti uma lavagem cerebral te transformando num demônio folclórico tailandês determinado a não deixar UM RASTRO de sujeira disponível nestas localizações virtuais. E o negócio fica muito, mas MUITO monótono. Os mapas são cada vez maiores e se tu jogar sozinho tu vai demorar literalmente horas pra limpar eles inteiros. As vezes tu acaba deixando passar alguns detalhes e quando tu acha que terminou, lá vem o jogo falar "Não, faltou ali.".

Não é um jogo ruim, só não é uma parada que tu pode rushar se quiser platinar ou fazer os 100%. É um jogo lento e, nesse caso, ele cumpre o principal papel dele: ser um simulador de KARCHER K2 PLUS. Ou tu acha mesmo que se tu pegar uma KARCHER K2 PLUS e ir limpar teu pátio tu vai mesmo terminar rapidinho? Não mesmo. Assim como a tarefa real, ele te exige paciência e determinação pra terminar de limpar os cenários virtuais e fazer com que eles fiquem irreconhecíveis. Novamente, cumpre o que se propõe a fazer. E cumpre com maestria, eu diria, porque uma vez fui limpar um tapete usando uma KARCHER K2 PLUS e levei bem mais de uma hora pra deixar aquela porra limpa.

Agora fica aqui só um parágrafo de leve desabafo. Eu botei na cabeça que esse jogo se passa em um universo pós apocalíptico onde uma tempestade de sujeira altamente aderente a construções se alastrou mundialmente ou que a empresa do jogo, a PowerWash, é envolvida com um submundo mafioso onde o dono do bagulho paga pra alguém ir lá sujar as paradas pra tu ter trabalho pra fazer. Porque, na boa, que cidade IMUNDA, brother. Pelo amor de deus, o cara é chamado pra limpar um quintal, uma casa (que não sei porque caralhos chamam de bangalô), um parquinho e os lugares tão INTEIROS cobertos de LAMA e FULIGEM PRETA. Mas tão cobertos que tem partes das paradas que literalmente parecem só um contorno pintado de preto por dentro de tanta sujeira encrostada. Eu sei que o objetivo é limpar a parada mas puta merda, que gente porca do cacete a população dessa porra hein, bicho. Uma moto offroad coberta de terra e lama eu até compro, agora UM FODENDO PARQUINHO INTEIRO? Caralho, irmão.

Devaneios a parte, o resumo é: não é ruim e pode divertir por uma hora ou talvez pouco mais que isso. Mas é um jogo pra ir jogando de pouquinho em pouquinho quando tu quiser só ligar o videogame pra espairecer e esfriar a cabeça, esvaziar a mente. Coisa que não te exija pensar muito, só apertar os gatilhos do controle e PSHHHHHHHH. Mas pra jogar de uma vez nem pensar. Só se tu for um doido com mania de limpeza virtual, aí é um prato cheio.