Uma aventura cativante do começo ao fim, Prince of Persia: The Sands of Time, é espetacular. A jogabilidade fundamentada em plataforma é inteligente e bem elaborada, atiçando sua vontade de realizar acrobacias, e demonstrar cautela e perspicácia nos momentos de travessia, os puzzles também são de bom grado, não é algo impossível mas também não subestimam sua capacidade de raciocínio.

Apesar da história ser simples e conter algumas pinceladas de sutileza em seu texto, ela ainda, sim, é eficaz e atinge o jogador, particularmente fiquei bastante satisfeito. Boa parte disso se deve a relação entre os personagens, vale a pena destacar, o virtuoso e nobre Príncipe, e a amável e delicada Farah, ambos são absolutamente encantadores. Seja quando estão nas cinemáticas bem dirigidas ou nos diálogos de atuação de voz deslumbrante, que dão mais desenvolvimento aos dois durante as interações no gameplay, Farah acompanhará o protagonista, boa parte da aventura, com o papel de humanizá-lo, fazendo você torcer por eles e desejar vê-los juntos.

Um ponto que mais tenho que dar destaque é a forma que o jogo mostra a passagem de tempo no visual das vestes do protagonista, isso é de uma exatidão visual narrativa, que poucos jogos sequer pensam nisso hoje em dia, e esse jogo fez isso a 20 anos atrás.

Deixando claro, a história é simples, não pelo que ela está te contando, mas sim pela quantidade do que está te mostrando. Como eu disse, existe sutileza no texto, mas a quantidade do que é mostrado é breve, Estou me referindo aqui das custcenes que são curtas, a primeira ela é consideravelmente longa perto dessas do meio para o final do jogo, mas creio que isso de certa forma enriqueceu a gameplay e pontuou bem as cenas nos melhores momentos do jogo, e creio que é entendível para um jogo de 8 horas de duração. Não é algo para se preocupar.

"𝐌𝐮𝐢𝐭𝐚𝐬 𝐩𝐞𝐬𝐬𝐨𝐚𝐬 𝐚𝐜𝐡𝐚𝐦 𝐪𝐮𝐞 𝐨 𝐭𝐞𝐦𝐩𝐨 𝐞́ 𝐜𝐨𝐦𝐨 𝐮𝐦 𝐫𝐢𝐨, 𝐪𝐮𝐞 𝐟𝐥𝐮𝐢 𝐜𝐚𝐥𝐦𝐚𝐦𝐞𝐧𝐭𝐞 𝐞𝐦 𝐮𝐦𝐚 𝐮́𝐧𝐢𝐜𝐚 𝐝𝐢𝐫𝐞𝐜̧𝐚̃𝐨. 𝐌𝐚𝐬 𝐞𝐮 𝐯𝐢 𝐧𝐚 𝐟𝐚𝐜𝐞 𝐝𝐨 𝐭𝐞𝐦𝐩𝐨 𝐞 𝐩𝐨𝐬𝐬𝐨 𝐥𝐡𝐞𝐬 𝐠𝐚𝐫𝐚𝐧𝐭𝐢𝐫, 𝐞𝐥𝐞𝐬 𝐞𝐬𝐭𝐚̃𝐨 𝐞𝐫𝐫𝐚𝐝𝐨𝐬. 𝐓𝐞𝐦𝐩𝐨 𝐞́ 𝐮𝐦 𝐨𝐜𝐞𝐚𝐧𝐨 𝐞𝐦 𝐮𝐦𝐚 𝐭𝐞𝐦𝐩𝐞𝐬𝐭𝐚𝐝𝐞."


O único pecado de Sands of Time, a meu ver, é o combate, que, por ser muito raso, acaba limitando o jogador nas execuções dos inimigos. Claramente, o jogo não foi pensado para ter mais de 1 ou 2 inimigos na tela sendo enfrentados diretamente, o que afeta o jogo à medida que o tempo passa. Creio que até o recurso de voltar no tempo me salvou desse problema muitas vezes.

Mas, em resumo, Prince of Persia: Sands of Time vale muito a pena ser jogado e não só isso, ele deve ser reconhecido pelo fato de ter influenciado alguns jogos desse estilo que temos hoje. É incrível pensar que a Ubisoft produziu esse jogo, mesmo sabendo o que ela se tornou hoje em dia. O que vi nesse jogo de 2003 foi o carinho e muito respeito pelo que estava sendo feito. Se não fosse por isso, o próprio Jordan Mechner, criador do primeiro Prince of Persia, não teria cedido o título e participado. Veja como as coisas estão na Ubisoft hoje é só observar o que ela está fazendo com Assassin 's Creed.

Reviewed on Oct 26, 2023


Comments