Recentemente, decidi revisitar e finalmente concluir o Horizon Zero Dawn, em antecipação ao lançamento do segundo jogo, Horizon Forbidden West. Agora, após jogá-lo, me diverti e completei o segundo jogo.

Para mim, Horizon: Zero Dawn foi uma grande surpresa. Apesar de não gostar de vários elementos de jogabilidade presentes nele, de modo geral, gostei muito do jogo, principalmente ver Aloy derrubando máquinas gigantes com arco, armadilhas primitivas e até mesmo cordas. Foi um conceito e uma ideia bastante inusitados, e eu particularmente adorei tudo relacionado ao universo e à história presente no jogo.

Forbidden West começa cerca de seis meses após o primeiro jogo. Aloy parte em uma missão para encontrar um backup de GAIA, uma IA responsável por governar a terraformação do planeta após o grande erro de Ted Faro que vemos no primeiro jogo. Já que o mundo praticamente está morrendo, Aloy precisa correr contra o tempo para tentar restaurar GAIA antes que as coisas piorem mais do que já está.

Nessa parte da história, o jogo melhorou muito em contraste com o primeiro. No primeiro jogo, tudo era muito neutro ou vago, pelo menos na minha percepção. Aloy era sem sal e dura na maior parte do tempo, os personagens ao seu redor pouco faziam diferença ou até mesmo pouco interagiam com ela, apesar de, na história, passarem bastante tempo juntos a ponto de desenvolver uma "amizade". Aqui, no segundo jogo, tudo melhorou nesse sentido. Vemos a importância dos personagens, você os sente ali, fazendo parte da história de Aloy como verdadeiros companheiros; Varl, por exemplo, no primeiro jogo, não passa de um mero figurante e aqui, no segundo jogo, ganha destaque por mais que seja quietinho no dele com o jeito caladão dele.

Aloy é outro exemplo de melhora, já que ela conduz a trama quase exclusivamente por si mesma, tomando suas próprias decisões e sendo tratada como uma líder, heroína, salvadora e tudo que é adjetivo de liderança. Muitas missões usam Aloy como a provedora de missões que explica suas próprias tarefas e objetivos, e isso é um jeito muito legal de contar a história através das missões, já que você de fato sente que está montando seus próprios caminhos com investigações, conversas, e etc.

A melhor maneira de descrever a jogabilidade de Forbidden West, sem sombra de dúvida, é "a mesma, mas melhor." Ela segue muitas das mesmas mecânicas básicas de Zero Dawn, mas se esforça para torná-las melhores. Provavelmente, a maior e mais bem-vinda mudança em Forbidden West é a mobilidade aumentada. No game, você tem muito mais liberdade do que no primeiro jogo. Em vez de apenas escalar em saliências amarelas, agora ela pode escalar a maioria das formações rochosas permitindo que os jogadores enfrentem problemas de ângulos diferentes. E isso para mim foi algo muito crucial, pois essa sempre foi minha grande reclamação do primeiro jogo, já que ele era um mundo aberto, mega explorável, porém limitado em diversas questões e muitas vezes por motivos bobos, como por exemplo, você tentar subir um simples barranco e simplesmente sua personagem ser limitada a ponto de não conseguir, isso aqui fez total diferença e foi uma atualização muito importante para a vida útil do jogo. Essa mobilidade adicional é ainda mais aumentada por uma variedade de gadgets incluindo um gancho de escalada e um planador para que você consiga planar na hora de cair de lugares altos. O gancho só pode ser usado em certos pontos, mas há o suficiente para que pareça útil e natural, e o planador pode ser usado em qualquer lugar. Você pode até nadar com o fôlego infinito e até mesmo montar em robôs voadores para conseguir se locomover de maneira mais rápida. É engraçado que, apesar do fast travel estar presente em ambos os jogos, aqui no segundo jogo eu pouco usei ele. Devo ter usado apenas 3 ou 4 vezes, já que era muito gostoso poder explorar todo o mundo.

Sinceramente, é muito difícil explicar o quanto é melhor se movimentar na sequência. É o tipo de experiência que você precisa vivenciar jogando para sentir, afinal, olhando em vídeo e tudo mais, parece basicamente a mesma jogabilidade, mas está bem diferente, e isso não somente melhora a nossa movimentação e exploração no mundo. Também é bom ter opções sobre como abordar os inimigos. Ser capaz de mergulhar em um acampamento inimigo, você pode chegar voando no acampamento inimigo, entre outros tipos de abordagem que é possível fazer.

O jogo também está mais robusto nas opções de armas, nas opções de armaduras, árvore de talento e etc. O que particularmente acho incrível, porém ao mesmo tempo eu sinto que esse sistema mais robusto o mundo a sua volta não acompanhou muito bem, afinal você vai fazer diversos upgrades, melhorias e etc, e o mundo a sua volta parece que não acompanha muito bem essas evoluções que você faz, tornando ele um tanto quanto fácil se comparado ao primeiro, que, em contraparte, era mais difícil não porque conta da IA dos inimigos ou etc., mas sim pela falta de recursos como os presentes aqui em Forbidden West.

Falando um pouco do nosso gráfico, sem sombra de dúvidas esse é o ponto que mais chama a atenção no game, afinal ele é praticamente uma pintura de tão lindo. Todo o mapa é extremamente lindo e a direção de arte, as escolhas de cores que fizeram nesse game tornam ele um dos, se não o game mais lindo que eu vi nessa geração. As expressões faciais do game que no primeiro era algo meio robótico, meio zoadinho apesar de graficamente lindo. Aqui melhoraram e muito até mesmo a dublagem que sofria um pouco no primeiro jogo também foi muito bem colocada aqui acredito que principalmente por conta da construção do game que tá levemente diferente. No primeiro jogo, por exemplo, em basicamente em todos os diálogos que tínhamos no game, a gente tinha uma caixa de decisões, algo muito similar aos diálogos de The Witcher 3, por exemplo, coisa que, na minha opinião, não era tão legal assim. Aqui no segundo, isso mudou. A gente tem decisões extremamente limitadas a pouquíssimas cenas, então todas as cutscenes correm de maneira muito mais natural e fluida se comparado ao primeiro jogo.

Como estamos falando do port para PC, nada mais justo que falar sobre o port em si, afinal, quase sempre, em grande maioria esmagadora, os ports vêm "cagados" para o PC e nesse caso em questão, surpreendentemente, não veio. O game está rodando perfeitamente no ultra na minha RTX 3060, porém em alguns momentos eu senti uma leve queda de frame por causa da limitação do meu hardware mesmo, e preferi dar uma mexida e deixar algumas coisas meio mistas entre alto e ultra e aí sim ficou perfeito tanto em desempenho quanto em relação ao visual em si.

No geral, Horizon: Forbidden West é um game extremamente bom com uma protagonista extremamente bem desenvolvida, sem contar nos demais personagens à volta dela também, com cenários, combate, gráficos, som, e etc. extremamente de primeira. E faz aquele trabalho que toda sequência que se preze deve fazer, que é pegar tudo de bom do primeiro, tirar tudo de ruim, aperfeiçoar os pontos positivos, acrescentar outros para assim chegar a um resultado que agrade a todo mundo. E claro, eles conseguiram essa proeza que, apesar de não ser difícil fazer isso, não são todas as empresas que conseguem. Game mais do que recomendado e eu já estou no aguardo do terceiro jogo, sabe-se lá quando ele vai lançar.

Pontos Positivos:
- Tudo do primeiro game foi melhorado.
- O jogo está muito lindo.

Pontos Negativos:
- Combate corpo a corpo ainda deixa a desejar, assim como o primeiro.

Versão utilizada para análise: PC.

Reviewed on Mar 25, 2024


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