Quando você descreve "videogame" para uma pessoa que não conhece, ela possivelmente terá duas imagens mentais passando no momento: a primeira é um jogo de plataforma como Mario, em que você anda lateralmente, enquanto derrota seus inimigos ao esmagá-los com um simples pulo. a segunda é de uma arma projetada na tela e atirando nos inimigos a sua frente. E, apesar do FPS ser um aspecto fundante dos jogos como conhecemos hoje, ele é relativamente recente na história dessa arte, popularizado, de fato, com DOOM, desenvolvido pela id Software, apenas em 1993.

Porém, antes de se aventurar por um planeta Marte invadido por demônios, a id decidiu por resgatar uma pequena franquia de jogos, vistos do ponto de vista isométrico, onde um homem tenta escapar de um castelo nazista, "Castle Wolfenstein", e imaginar como seria se isso fosse realizado em 3D. Assim, surgiu o percursor do FPS, Wolfenstein 3D.

Para começar, o design de níveis e inimigos é mínimo, mas muito competente em fazer com que você seja bem mais cauteloso do que em outros jogos da id como DOOM, o que combina bastante com a narrativa de um soldado infiltrando instalações nazistas.

Os primeiros três episódios (considerado como o arco original do jogo) são espetaculares em sua progressão de dificuldade, tanto de inimigos quanto níveis, culminando em uma tensa batalha contra o próprio Adolf Hitler.

O problema se dá nos três episódios finais (conhecidas como as "Nocturnal Missions" e que servem como prólogo para os três episódios originais). Eles se fundamentam nos bons níveis anteriores, mas os bosses parecem ser fáceis demais e os níveis muito longos para a variedade pequena de inimigos do jogo.

Dessa forma, é fácil entender o porque DOOM ocupou o lugar de Wolfenstein 3D como o causador da primeira onda de FPS nos anos 90. Mesmo assim, recomendo bastante os três primeiros episódios, que contam com uma experiência fechada, e que são competentemente executados.

Reviewed on Oct 22, 2023


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