Resident Evil 3 é um jogo que recebeu notas variadas em seus aspectos técnicos. Em termos de gráfico e proposta, o jogo é excelente, com uma apresentação visual impressionante e uma trama política bem construída. A trilha sonora também é notável, contribuindo para a atmosfera tensa do jogo.

No entanto, o gameplay, level design e personagens deixam a desejar. O jogo é mais focado em ação do que em survival horror, dando recursos abundantes para enfrentar todos os desafios sem precisar racionar munições ou itens de cura. Isso torna a experiência menos desafiadora e até um pouco monótona.

Além disso, o antagonista Nemesis não é tão impactante quanto o Tirano ou o vírus G, e sua perseguição acaba sendo mais como um Quick Time Event (QTE) do que uma tensão real. Apesar da adição da esquiva, que foi uma boa ideia, em alguns momentos ela não é confiável e para inimigos mais fracos, acaba tornando o racionamento de recursos irrelevante.

O level design também é simplificado, com poucos puzzles e menos necessidade de estratégia para se mover de um lugar para outro. Isso torna a aventura mais linear e menos interessante.

No entanto, uma mudança significativa em relação ao RE2 é a história envolvente e a exploração dos personagens. A trama é política e crítica ao capitalismo, explorando traumas, perseguição e até onde a Umbrella Corporation foi para se manter longe da culpa dos incidentes em Raccoon City. Os personagens são bem explorados e adicionam camadas à história, tornando-a mais interessante e envolvente.

Infelizmente, o jogo foi claramente feito às pressas, com erros de continuidade, falta de modos extras e reaproveitamento de assets. Além disso, o sistema de vida é confuso e as facas e itens secundários são negligenciados.

Apesar de seus altos e baixos, Resident Evil 3 ainda é um jogo que vale a pena jogar. A revisita breve à delegacia de polícia do RE2 é uma grata surpresa, demonstrando o quanto esse local se tornou emblemático para a série.

Reviewed on Nov 05, 2023


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