This review contains spoilers

De início eu estranhei a chegada de um novo protagonista, mas ao terminar, só tive uma coisa a dizer: que jogão.

Foi uma sacada legal esta temporada nos colocar na pele de um pai de família, pois nos faz ter um ponto de vista mais delicado sobre as situações, já que nossa família está diretamente envolvida.

A sinergia quebrada entre Javi e David fez a temporada, e esse terceiro jogo serviu, acima de tudo, para mostrar como The Walking Dead não é uma obra sobre zumbis, mas sim uma obra sobre relacionamentos, construídos e abalados pelo desespero de se viver num mundo repleto de perdas, que te faz se amarrar com um nó cego naquilo que ainda lhe resta, te forçando várias das vezes a ignorar sua humanidade e fazer as coisas mais terríveis que alguém poderia ser capaz, mesmo que o seu pessoal tenha que presenciar isso de forma crua e talvez até passar a te ver de forma diferente devido os atos cometidos justamente para protegê-los.

David, para mim, foi o ponto mais marcante da temporada, protagonizando, junto com o Javi, a melhor cena do jogo, que é quando os dois brigam na garagem; aquilo ali é cinema purinho, perfeita. Não o defendo, mas também entendo que ele era uma vítima; um homem desesperado, que tinha acabado de reencontrar a família, e que não suportava a ideia de perdê-la novamente, até porquê já tinha perdido a filha, mas o mesmo acabou se afundando ao tomar atitudes extremas que só o prejudicaram. Uma pena ele ter ido de comes e bebes (no meu save) e o Javi não ter conseguido o salvar dele mesmo, uma pena não terem se resolvido; um final não tão feliz, mas é como a Clementine havia dito: "Nunca acaba bem para todos os lados". Gostaria de ver a família reunida, já que Richmond entrou nos eixos (pelo menos por um tempinho).

Enfim, um jogo belíssimo. No início, não curti o fato de não estarmos no controle da Clementine, mas durante o decorrer do jogo, comecei a achar legal a vermos por um ponto de vista que não o dela, achei legal poder interagir com ela. E ela está um arraso nessa temporada, mais pauleira e decidida.

A história, como de costume, foi ótima, pé no chão e bem criativa, (os caras atravessando a ponte se balançando em uma hélice de helicóptero kkkkk bom demais), os flashbacks não foram cansativos, e o jogo manteve uma base que sempre faz questão de nos lembrar que o real problema não são os mortos, e que, novamente, nos mostra que The Walking Dead é uma obra que trata de relacionamentos, sejam os amorosos, fraternais ou até os do tipo "os amigos que fazemos no caminho."

Novamente afirmo que a melhor mídia de The Walking Dead são os jogos, pois estes cumprem com maestria aquilo que se propõem a fazer sem se perder no caminho, mantendo a mais pura essência do que é The Walking Dead, diferente da série, que só virou um farm de dinheiro infinito e cagou pra qualidade que tinha.

P.S: Este jogo é bem bonito visualmente, teve uma melhoria gráfica e com isso uma paleta de cores bem melhor que os antecessores.

P.S.2: Orgulho da menina Clem, a garota só fica mais badass a cada jogo.

P.S.3: Participação do Jesus foi ótima, ele é um ótimo personagem pra aparecer em diferentes mídias de TWD, se encaixa muito bem em todas.

Reviewed on Nov 11, 2023


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