“Me mostre o Campeão da Luz. Vou te mostrar o Arauto da Escuridão.”

Nem sei por onde começar... É uma obra tão única, que acertou em todos os pontos possíveis. É nítido todo o amor e valor que colocaram no projeto, toda a vontade de fazer algo diferenciado, marcante.

Não é surpresa que Alan Wake 2 mexeu fortemente com a comunidade esse ano, sendo um dos fortes concorrentes ao prêmio de jogo do ano, levando pra casa consigo três prêmios merecidíssimos, pois atendeu a todos os requisitos com perfeição.

Eu não sou um grande consumidor de jogos da Remedy, nem mesmo um fã da franquia Alan Wake, mas é inegável que este segundo jogo é uma obra prima, que chegou superando as expectativas de todo mundo, até dos que já esperavam por uma continuação há mais de uma década.

O maior ponto do qual se pode falar sobre o jogo é a história, a grandiosa e muito bem montada história; todo o enredo, todo o decorrer da trama... Usaram elementos super criativos para moldar e enriquecer o plot, e tudo casou de forma extremamente bela. Tudo que é composto no jogo serve como complemento para a história, literalmente, tudo: os elementos de gameplay, os cenários, a trilha sonora, os coletáveis...
Nada ali foi jogado e está ali só porque sim, esses elementos estão no jogo porque são de grande utilidade para com o plot principal e também o universo da Remedy, que sabe exatamente o que está fazendo, e que pretende expandir o universo de seus jogos de forma única e bastante criativa. Não bastava o primeiro jogo já ser diferenciado com sua história, eles chegam e se superam 200% aqui.

É incrível como tomaram cuidado com tudo, como encaixaram cada pedaço do mosaico durante a campanha, como adicionaram detalhes sutis que te imergem de cabeça nesse universo intrigante, como usufruíram de vários elementos e deram importância a todos, sem deixar nada parecer gratuito, novamente, sem usar apenas um "porque sim".

Tudo neste jogo é elogiável, sem exageros.

A direção é extremamente competente e cuidadosa, fazendo tudo funcionar de maneira excelente, sem tirar nem pôr, foi tudo muito bem colocado, sem dever e sem exagerar.

Os atores, todos são incríveis. Ilkka Villi retornando ao seu papel depois de tanto tempo, o incorporando de forma magistral, passando com extrema naturalidade todos os sentimentos do personagem, junto com Matthew Porretta, quem deu voz ao mesmo, um excelente trabalho feito por dois ótimos atores que deram vida a este personagem riquíssimo em camadas.
Melanie Liburd entregando uma ótima performance como Saga Anderson, uma personagem "nova" que facilmente conquistou seu lugar na franquia, dividindo o palco com o próprio Alan Wake e se tornando tão interessante quanto.
Os de mais atores, como os integrantes dos Old Gods of Asgard, Sam Lake etc, todos belíssimos.

A direção de arte é absolutamente perfeita, não é atoa que o fez ganhar o prêmio desta categoria, justíssimo. Acertaram em cheio mesclando o 3D com o Live-Action, dando um quê a mais de seriedade, com cenários extremamente estilosos e criativos, que te levam de um ponto ao outro de forma incomum, e te surpreendem com elementos que você com certeza vai achar genial.

A trilha sonora... ❤️
A música desse jogo, repleta de ótimas canções originais, que como dito algumas linhas acima, não estão ali por pura estética, mas sim para complementar, conectadas à história e narrativa, descrevendo de forma poética toda a jornada dos personagens, cara, é outro nível. Eu tenho um fraco por trilhas sonoras em todas as mídias audiovisuais que consumo, e fiquei simplesmente maravilhado com a forma como usaram da trilha sonora pra fazer algo incrível, pra moldar certos momentos do plot... eu não esperava por essa, foi simplesmente esplêndido, belo e formoso.

Não tem como descrever esta obra de outra forma a não ser com elogios. Este jogo é uma prova de amor do autor para com sua obra, e não poderia ser menos que isso, visto que levou 13 anos para finalmente ser lançada.

É uma experiência inteiramente única, diferente, que surpreende e envolve qualquer jogador que se interessar minimamente e iniciar, que deixa qualquer um embasbacado só pela ousadia de implementar elementos não tão convencionais e que funcionam como engrenagem para o todo o seu conteúdo, por ter uma narrativa original e inteligente.

Uma verdadeira obra prima, que foi feita com todo o amor, cuidado e carinho que uma obra deve receber. Fico feliz por Sam Lake e pela Remedy terem finalmente lançado o produto que tanto almejavam, usando com maestria todo o seu potencial e o entregando com exímia perfeição.

Parabéns e obrigado, Remedy e Sam Lake, por essa experiência, pelo ótimo trabalho, e por redefinir o que é jogo e arte.

Alan Wake 2, o melhor de 2023.

Reviewed on Dec 29, 2023


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