"A história? Ah... a história que se foda"
-Sujiro Kimimame, diretor criativo de Astral Chain

Esse jogo pode muito bem ser o maior exemplo de "estilo sobre substância" que existe na face do planeta Terra.

Sendo mais uma obra da Platinum, o essencial não podia faltar, e no quesito combate, felizmente estamos bem servidos!
Como de praxe da produtora, a gameplay da vez é divertida, legal de se ver, empolgante e tudo mais. Se parecer que falta profundidade durante uma gameplay imediata, é porque os twists próprios do jogo tratam de dar essa aprofundada em outros lugares
As implementações próprias da vez são do fato de você controlar DOIS lutadores ao mesmo tempo, e na ligação que ocupa um espaço físico no jogo (a corrente, lol) entre os dois personagens. Essas "novidades" dão palco pra, por exemplo, o uso mais aprofundado dos cenários na hora de planejar uma abordagem, e também na divisão da atenção do jogador na hora de engajar no combate, já que vai controlar duas coisas ao mesmo tempo
Uma ressalva que fica para o combate, é que o jogo é bem fácil no geral, dando desafio só quando você ainda não entendeu a dinâmica, e mais pro final. Infelizmente, as dificuldades mais difíceis estão presas no replay

Outra faceta do jogo que merece destaque é no visual! No lado técnico, não tem exatamente o que se impressionar, ainda é bem óbvio que é um switch, e pro próprio patamar, é bem competente! Com exceção de certas proporções de tamanho e escala que o jogo toma em determinados momentos, e que o jogo consegue se segurar muito bem no desempenho, não tem nada de novo por aqui
Onde os aplausos devem ser focados é na direção de arte do jogo, excelente escolha de cor, efeitos muito bem colocados, design de modelos... só procure no YT os primeiros 10 minutos do jogo, e na hora, vai entender o que eu tô falando

Completando a trindade de elogios pro jogo, a trilha sonora hypa bastante os combates fodões do jogo! Não é nada extraordinário, nenhuma faixa me deu vontade de parar o jogo e procurar no spotify ou YT por exemplo (nem as faixas-chave...) mas durante a gameplay, serviram muito bem o propósito

Abrindo os portões do inferno, há muito tempo que eu não via uma história tão feijão com arroz, tão básica, tão previsível, tão sem graça, tão anime101 em um jogo. A princípio, era pra ser somente um ponto neutro, mas foi TÃO sem sal que se tornou ponto negativo, peguei desgosto pelo bagulho.
Seu protagonista é mudo (lol), o vilão é um arrogante com complexo de Messias, que começa o jogo sendo do bem (lol), tem personagem que morre TRÊS vezes e em NENHUMA delas você sente alguma coisa, sacrifícios baratos acontecem o tempo TODO, CADA um dos eventos chave do jogo podem ser previstos 2 horas antes de se consumarem... é realmente um show de merda, o jogo seria melhor se eles tivessem ido com uma abordagem mais arcade, pra dar espaço só pra parte jogável do jogo

Repetição é outra praga que assola esse jogo. Vou demonstrar com apenas um exemplo: do início do jogo até o fim (+ ou - 20hs de gameplay) as dungeons em que você vai entrar vão ter as mesmas texturas, mesma música de fundo, mesmo background, mesma cor e mesma aparência geral. Paia, né? Sdds Persona.

Como algo mais geral e "etéreo", gostaria de pontuar que o jogo simplesmente parece não ter muita alma, não tem personalidade, algo próprio, saca?

No fim, saio de Astral Chain entendendo BEM o porque de ninguém falar dele hoje em dia, coisa que eu me perguntava antes e quando comecei a jogar o jogo. Mesmo com o combate sendo bom, nada nele é marcante, nada nele é novo, é um jogo legal no máximo, o que, as vezes, é tudo que alguém precisa.
Caso uma história fraca não signifique nada pra você, é uma boa ideia ir testar o jogo, porque a gameplay realmente é boa. Pra mim, minou a experiência e tirou gosto de todas as outras áreas da obra.

Reviewed on Mar 05, 2024


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