Tive muita má vontade com MGS2 por conta do loop repetitivo da big shell, que é o grosso do jogo. Realmente acho essa área estranha e mal desenhada principalmente em contraste com a área anterior que é até mais curta (o navio). Além disso os MGS de ps2 exigem uma precisão no stealth que não é entregue pela jogabilidade truncada, o que te faz morrer várias vezes até decorar a posição de todos os inimigos, já que se esconder perfeitamente nem sempre é possível. O que salva de ser mais frustrante é o fato de que a morte nunca é muito punitiva.

Tirando jogar, que é um pouco sofrível, o inicio da trama desse jogo é mais timida que a do primeiro, mas vai ganhando uma escala meio absurda e cheia de plot twists do jeitinho que o Kojima gosta. No fim das contas as discussões levantadas pelo jogo no meio e mais pro final da história por meio desses plot twists são realmente fascinantes e fazem um uso ímpar do videogame como mídia de arte, não gosto do termo "envelheceu como vinho" ou "envelheceu bem", mesmo se as predições da história não tivessem se concretizado na realidade, tudo que esse jogo tenta dizer já seria interessante o suficiente, mas entendo que é um detalhe que não tem como ignorar, afinal esse joguinho de 2001 discute o interesse pelo controle das mídias, pós-verdade e noticias falsas, algoritmos em "redes sociais", senso de realidade, e até brinca um pouco com existencialismo. Apesar da minha má vontade e desdém inicial, se tornou um dos meus jogos favoritos e me faz pensar que o Kojima morreu e foi substituído.

Reviewed on Dec 13, 2023


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