Ironicamente acabo tendo mais problemas com esse jogo que com o 3.

Ele definitivamente evolui muito o 3 mecanicamente, os social links são muito mais divertidos e envolventes como um todo, além de todas as atividades e seus status também serem mais interessantes. E as dungeons embora ainda não terem muita variação em gameplay, são muito mais interessantess por serem relacionadas aquele personagem em específico, o que adiciona carisma a elas.

Meu problema é justamente com o que é melhor no persona 3, a história. Ainda acho que é uma história divertida e que te prende bastante em acompanhar, mas acaba tendo muito potencial desperdiçado. Você acaba tendo muitos arcos de personagem onde você tem uma ideia muito interessante, mas pouco aprofundada, como o arco da Naoto e do Kanji, que são os mais interessantes tematicamemte, mas que são pouco aproveitados, todos os arcos são muito resumidos nessas dungeons, diferente de Persona 3, onde os personagens tem arcos que duram o jogo todo, e mesmo em momentos onde eles estão de férias e sem grandes coisas acontecendo, você ainda tem o desenvolvimento deles, e você sempre vai ter pontos chaves onde eles mostram a evolução, enquanto o 4 apenas rusha seus arcos nas dungeons.
Além do próprio jogo esquecer do arco do personagem, o Kanji passa pela aceitação de ter um gosto considerando feminino e que ele n deixa de ser homem por isso, mas ele continua querendo pagar de machão depois disso e ficando puto quando insinuam que ele é gay, sem contar que esse jogo tem muita homofobia, além de gordofoba e assédio sexual sendo tratado como piada, o que já tinha no persona 3, mas esse jogo tem MUITO mais, o festival cultural foi a parte mais difícil de passar por ser uma junção de todos os preconceitos desse jogo. É muito estranho que um jogo sobre se aceitar seja tão problemático nisso.

Com as minhas críticas, parece que eu odiei o jogo, mas eu amei, mesmo com todos esses aspectos ele me divertiu muito, mesmo com o desperdício de potencial, os personagens são fantásticos em carisma, muito mais carismáticos que os do 3, e o jogo acaba investindo mais nas relações dos personagens do que a profundidade deles, e é efetivo nisso. O assassino é bastante bem escrito mesmo com o resto só jogo falhando nisso, e embora a narrativa envolta do assassino não se manter tão bem pra desenvolver a investigação, porquê o jogador sempre tá muito a frente dos personagens nos passos, ainda é interessante acompanhar a investigação, a vibe e o clima geral do jogo são muito gostosos, jogar o dia a dia no jogo é muito gostoso, a cidade é um setting fantástico. Pode pecar em falta de profundidade, ainda mais comparado ao 3, mas a simplicidade dele acerta bastante como um todo apesar das falhas. Não tem como se despedir do jogo sem sentir falta desse elenco e esse clima.