A Plague Tale: Requiem é um exemplo da personificação da nossa realidade e de como nossos sonhos quase nunca vão se concretizar, pois não passam de um fruto de esperança que se quebra ao menor toque.

Conheci a franquia no ano de lançamento e nunca achei que viveria para ver uma sequência tão bem produzida. Requiem pega todos os erros de Innocence e desconstrói, destacando todas as melhores partes do primeiro jogo, ou seja, aqui temos uma visão total da relação dos irmãos De Rune.

Não sou muito de falar sobre gráficos, mas Requiem merece um pequeno destaque para isso, é absurdo o que a Asobo fez com tão pouco. Infelizmente, isso também criou uma péssima otimização para o PC e por isso preferi jogar pelo sistema em nuvem.

Em relação ao enredo, posso dizer que foi uma das coisas mais brutais e impactantes que tivemos esse ano. O jogo destaca totalmente a relação dos irmãos e a forma como a humanidade é cruel sem se importar com sua idade ou riqueza, chega a ser doloroso ver a realização disso nos personagens ao decorrer da história.

Amicia e Hugo em Innocence são um exemplo do clássico "desconhecidos que passam a depender um do outro incondicionalmente", mas em Requiem eles se tornam adultos antes da hora, são personagens que estavam a todo momento lutando para sobreviver, mas que agora sonham com o impossível e sabemos o que acontece com quem possui essas características.

Os personagens secundários também são extremamente carismáticos, te fazem se sentir ainda mais na história. Durante os diversos diálogos eu me vi sorrindo ou apontando para alguma informação comentada, mas acredito que poderiam ter aumentado as cenas de desenvolvimento.

A ambientação junto com a parte musical também deixa para trás vários outros jogos, a sensação do violino tocando durante vários momentos tensos é fenomenal (me lembrou a importância da música "The City Most Survive" de Frostpunk). A combinação desses elementos junto com o sistema linear e o combate simples conseguiram dar todas as características necessárias, sem faltar ou acrescentar.

No fim, A Plague Tale: Requiem se tornou uma ótima sequência, o enredo da família De Rune foi excepcional, a brutalidade e o realismo filosófico e sociológico alcançados foram fora da caixa e considero isso um ponto essencial na recomendação. Entendo que nem todos vão gostar da conclusão e muito menos da forma como a desenvolvedora decidiu abordar isso, mas deixo aqui a minha recomendação como uma pessoa que amou o primeiro e que tem muito respeito por esse belíssimo trabalho.

Reviewed on Oct 28, 2022


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