This review contains spoilers

A Thin Live That Divides Heaven and Hell: 7/10

O capítulo 2 é inferior ao primeiro. Imagino My Class Trial, Our Class Trial seja difícil de superar por ter uma carga dramática tão eficaz em sua conclusão. Mas fato é que assim o capítulo é escrito para causar uma excelente primeira impressão no espectador, mas sem isso, é um tanto básico, apesar de bem escrito.

Com a direção que o segundo capítulo assumiu, ele poderia superar o primeiro caso mantivesse-se consistente até o final. Ele tem coisas melhores que o capítulo introdutório do jogo: a segunda class trial é um tanto mais interessante do ponto de vista de um mistério de assassinato, além de possuir um ritmo mais adequado em comparação à lentidão da primeira trial. A Vida Diária faz, ao meu ver, o melhor uso que pode do cast; tanto dos personagens dos quais nos despediremos em breve, quanto dos que serão importantes mais tarde. O capítulo introduz suficientemente bem a amizade entre Kaito e Shuichi, o início do caos implantado por Kokichi, a forma como ele maipula Gonta, a Maki aos poucos saindo de sua casca pra se tornar relevante. A única introdução de arco em torno da qual tenho sentimentos mistos é quando Angie converte Himiko para seu culto. A Super-Colegial Mágica virá a ser bem aproveitada como personagem, e fico feliz que a escrevam conscientemente aqui; mas Angie começa a mostrar sua caracterização problemática e maniqueísta como uma fanática religiosa. Não gosto dela, mas estenderei meus pontos no capítulo três.

O brilho da Vida Diária, pra mim, são os dois arcos sobre depressão desenvolvidos. O de Shuichi e o de Ryoma. O Super-Colegial Detetive assume brilhantemente o papel de protagonista e tem seu ótimo arco continuado, com o apoio de Kaito para manter a promessa à falecida Kaede.
O de Ryoma é bom também, e gosto de todas as decisões de escrita que o envolvem. Infelizmente, por mais que o capítulo tenha feito a ele justiça em sua morte, creio que ele seria um sobrevivente tão perfeito que matá-lo é um desperdício. O baixinho é bom, mas creio que poderia ser melhor...

A outra personagem relevante neste capítulo é Kirumi Tojo, a assassina. Seu plano é brilhante e oferece um bom mistério, mas a personagem em si tem seus problemas. Por mais que eu ache que ela encarne uma perfeita mentirosa manipuladora ao evocar a memória de Kaede na trial, sendo uma versão melhorada de Celeste de DR1, sua backstory abusa de exageros, atrapalhando o que é, em geral, uma boa personagem. É difícil levar todo o papo de Ministra tão a sério quanto os personagens levam, e, embora aprecie como Kirumi é caracterizada como oposta a Ryoma, as informações de sua parte que estabelecem essa oposição estão repletas de saltos de lógica. Sério, não havia nenhuma outra backstory pra dar que justificasse seu assassinato e motivação fora ser a freaking Primeira Ministra do Japão?

Falando da trial em si, ela é tão boa quanto a primeira, pior dramaticamente, mas um mistério de assassinato mais cativante. A única coisa que me dá nos nervos é a mentira mandatória que nos faz defender a Maki. Eu entendo a ideia temática de escolher confiar nos outros, e faz sentido com o personagem do Kaito, mas é uma decisão um tanto irresponsável por parte do Super-Colegial Detetive mentir na trial pra defender alguém que pode muito bem ser o culpado poucos dias depois de ter condenado Kaede à morte por seu crime. Acho que o sistema de Perjúria precisava ser muito bem justificado em cada trial. Na primeira foi, nesta, não.

A Thin Line That Divides Heaven and Hell é um bom capítulo, infelizmente vítima de falhas pontuais, mas mantém o bom gosto que dá de jogar Danganronpa v3.

Reviewed on Dec 22, 2022


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