Depois de demorar quase 120 horas pra zerar todas as suas rotas (com excessão da rota da Igreja), é difícil organizar todos os meus pensamentos em respeito a Fire Emblem Three Houses, ainda mais considerando o fato de que cada uma das suas rotas é basicamente um jogo inteiro novo, então, sinceramente, eu não vou nem tentar desenvolver tudo o que eu pensei e senti enquanto jogava isso de maneira coesa. Então ai vão uns pensamentos soltos:

Adorei a forma que o jogo retrata a guerra e as tragédias que advém dela de maneiras diferentes em cada rota, nenhuma delas tenta virar os olhos pras casualidades que acontecem e pra mim esse foi o ponto mais forte do jogo, não importa o resultado que ela tenha a guerra sempre vai ser um meio desnecessário e sangrento de atingir os fins desejados.

Cada um dos personagens do jogo são tão distintos e carismáticos e eu não tava esperando nem um pouco por isso, adorei o cast e a forma que eles destoam entre si. Isso vale pro cast INTEIRO do jogo mas é bem mais notável e presente nos 3 lordes, principalmente ao perceber que todos os três lutam pelo mesmo objetivo e ainda assim entram em conflito pois cada um tem um meio diferente de alcançar esse objetivo, meios esses que são completamente condizentes com a construção de personagem dos 3 e ressoam muito bem com a personalidade deles.

A rota do Claude foi minha favorita e por sua vez ele também foi o meu lorde favorito dentre os 3. O principal motivo disso foi por ser a rota com mais construção de mundo e também a que mais vai a fundo em todos os mistérios que cercam o Byleth e a história do continente de Fódlan. A história desse jogo foi o principal fator que me prendeu nele e fez eu querer concluir todas as suas rotas pra desvendar todos os seus segredos, e sem querer eu acabei deixando pra fazer a rota que mais revela sobre tudo isso por último e acabou caindo muito bem. Sem contar que o Claude é MUITO carismático e gente boa, os ideais dele são os que eu mais concordo dos três lordes (o que não é muito difícil sinceramente) e é muito legal ver a relação de igualdade dele com o Byleth e como eles andam lado a lado.

Falando no Byleth, mesmo sendo um protagonista silencioso da pra notar de longe os traços de personalidade do personagem e o desenvolvimento que ele tem. Diferente da maioria dos protagonistas silenciosos ele acaba sendo muito menos um "avatar" pro player mas sim um personagem próprio que o jogador acaba tendo o direito de decidir o que vai falar. O que eu mais gostei no personagem dele é como ele serve de catalisador pra ambição do lorde escolhido, a presença dele é crucial pra que eles não se percam e consigam ver os seus sonhos até o final, e é notável os efeitos da ausência dele dependendo da rota. Na Verdant Wind o Dimitri acaba nunca tendo um ombro amigo pra se apoiar na sua fase mais degradante e por isso acaba tendo um fim trágico, na Azure Moon a Edelgard acaba abdicando de todo resquício de humanidade que havia nela por não ter ninguém pra medir as suas ações e fazer ela enxergar os seus limites, e em qualquer uma que não seja a Verdant Wind o Claude simplesmente desiste de tudo que havia construído ali até então e dissolve a aliança pra fugir e nunca mais voltar. É triste ver o destino que esses personagens tem dependendo da rota escolhida, mas ao mesmo tempo é legal de ver como a presença do Byleth é impactante e como ele é uma figura de extrema importância pro desenrolar do jogo.

A gameplay é MUITO viciante e divertida, além de ter sido meu primeiro Fire Emblem também foi meu primeiro RPG tático e eu adorei muito o combate, mesmo depois de mais de 100 horas eu não enjoei dele em momento algum e não tenho nenhuma ressalva negativa sobre (inclusive me deixou foi com vontade de jogar mais RPGs táticos), o aspecto de estratégia por mais que não tão prominente assim é bem divertido e eu gastei um bom tempo reprisando os turnos pra posicionar os personagens de maneira correta pra evitar que qualquer um morresse. É muito legal ver como a dificuldade do jogo se encontra praticamente por inteiro na maneira que você usa do posicionamento, os inimigos morrem de maneira muito fácil e rápida mas você tem que pensar direito se vale a pena matar um inimigo e acabar perdendo uma unidade em troca, requer paciência o suficiente pra conseguir avaliar cada ação que você toma de maneira precisa, mas não muita ao ponto de deixar o jogo chato e entediante.

Entrou fácil pros meus jogos favoritos e acendeu em mim uma vontade imensa de explorar o restante da franquia, que eu pretendo ir atrás de jogar a maioria das entradas o quanto antes pois eu realmente amei e MUITO esse jogo, cada momento dele e cada hora gasta.

Reviewed on Mar 07, 2024


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