This review contains spoilers

Continuando os remakes dos jogos clássicos, surge Yakuza Kiwami 2, a reimaginação de Yakuza 2, lançado em 2006 para PS2.

Esse jogo trouxe uma mudança relevante em comparação ao primeiro Kiwami, sendo ela a engine, já que no intervalo entre o lançamento desses dois jogos o Yakuza 6 foi lançado com a nova engine do estúdio: a Dragon Engine.

Entretanto, essa mudança foi negativa, já que essa engine claramente ainda estava bem rústica, o que fez uma parte considerável do tempo de desenvolvimento desse jogo fosse destinada a melhorar o combate, que havia sido uma crítica forte no Yakuza 6, último mainline game da saga de Kiryu Kazuma. Porém, eles não conseguiram fazer milagre, e o combate continuou sendo algo bem complicado de se falar, sendo fácil um dos piores da franquia, já que muitas vezes ele parecia fácil demais. Além disso, eles removeram o sistema de diferentes estilos de combate que estava presente tanto no Yakuza 0 quanto no Kiwami 1, mas nesse jogo o Kiryu só tem o Dragon Style, seu estilo mais famoso e que o consagrou como uma lenda. Justamente por isso, juntando os fatores de que as lutas são muito maiores do que deveriam e que só tem um estilo de luta, o combate desse jogo fica bastante chato com o passar do tempo.

Entretanto, temos que dar a César o que é de César, já que é inegável que a Dragon Engine é capaz de produzir gráficos lindos, tornando as cutscenes do jogo em algo ainda mais especial.

Porém, a salvação desse jogo fica na narrativa, que te prende do início ao fim, tendo na minha opinião a boss fight final mais marcante da franquia. Desde o começo, com a gente indo recrutar o Daigo e trazer ele de volta pro clã, indo pro primeiro encontro com a aliança Omi e com o "Dragão de Kansai", Ryuji Goda, chegando no final em todo o esquema envolvendo a Sayama, a Máfia Jingweon e a relação de respeito e rivalidade entre os dois dragões. Eu adoro a história desse jogo por completo, são poucas as partes dessa história que não clicaram comigo (com uma delas sendo, por exemplo, o arco do Castelo e do Sengoku, mas não é como se eu odiasse essa parte, ela só tem uma qualidade consideravelmente inferior ao resto do jogo)

Focando um pouco mais agora no final, já que ele é o ponto que mais divide opiniões sobre a narrativa de Yakuza Kiwami 2, eu amo ele. Sim, tem alguns plots imbecis, como o fato do Terada estar vivo e ter traído o Tojo e tal, mas de resto eu acho ele fenomenal. A revelação, por exemplo, da Sayama ser filha do Kawara, era algo que eu já imaginava, que dava de perceber durante o jogo, mas ela ser irmã do Ryuji era algo que eu não vi chegando, e eu achei genial.

Chegando no tópico Sayama, é uma pena enorme que a personagem foi deixada de lado no resto da franquia e acabou sendo deixada debaixo de um tapete, com os criadores parecendo sinceramente tentar fingir que ela nunca existiu (com a descrição da Haruka nos Yakuzas seguintes sendo um indício disso, já que elas dizem claramente "filha de Yumi Sawamura, a verdadeira paixão de Kiryu") porém, falando nessa review apenas do Kiwami 2, ela é uma ótima personagem, sendo a linha que uniu a polícia com a Yakuza, mostrando que isso é algo possível de se alcançar. O Ryuji é outro personagem excelente, com ele sendo o rival perfeito para o Kiryu, ambos dragões, um de cada canto do país, ambos são fortes demais se comparados aos meros mortais, com um só conseguindo ver um desafio justo no outro, e vice-versa.

A boss fight final, falando de novo sobre ela, é linda. A trilha sonora ajuda muito a criar um clima de "tinha que ser desse jeito", com ambos machucados, ambos a beira da morte, com cada um deles considerando aquilo como o desafio final, já que as chances de ambos saírem de lá mortos era real. A luta infelizmente não foi tão difícil como eu gostaria que ela fosse, mas já fiquei sabendo que no 2 original a luta contra o Dragão de Kansai é a boss fight de inimigo único mais difícil da franquia, o que é digno considerando a força de Goda Ryuji.

Concluindo, apesar de alguns problemas flagrantes, eu ainda tenho um carinho enorme por esse jogo, que levarei no meu coração até o dia de minha morte.

Reviewed on Jul 28, 2023


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