Não é um jogo ruim, apesar de suas falhas!

Curiosidade: joguei esse jogo no XBOX 360 lá pra 2013, mas não concluí por não entender a proposta(muito menos o inglês). Então, voltei agora em 2024 e finalizei.

A história é envolvente, apesar de não ser contada da melhor maneira e, algumas partes, nem serem contadas. Se o jogador der uma olhada nos datalogs, muita coisa passa a se explicar. O problema, realmente, são as pontas que seguem soltas e, ao meu ver, alguns trechos ilógicos — como a de um personagem, do nada, se rebelar e querer fazer aquilo que todos juntos não estavam conseguindo, esse tipo de coisa dá um pouco de agonia. Mas, no geral, é uma boa história, nada especial.

Dando seguimento, para mim, quem faz a própria história ser o que é, é o universo. O universo de FF13 é absurdo! Alguns fatos isolados impactam mais do que a narração de suas próprias histórias. O cenário de quarentena; a existência de um mundo superior(Cocoon), um mundo inferior(Pulse); a existência dos Fal'Cie(que são como semideuses) e o criacionismo de ambos os mundos, cada um administrado da sua própria maneira; a questão do "Focus" e, não podendo faltar, os cenários que são, simplesmente, magníficos. Alguns dos cenários, como a da vila de Oerba, contam histórias por si só. O universo do jogo é 10/10, não tem do que reclamar, tanto graficamente como criativamente.

Sobre a trilha sonora, daria um 9/10, algumas poucas músicas foram chatinhas, mas a maioria é muito boa, o que não é novidade na franquia.

Um ponto, que reclamam bastante, é o das cutscenes. E, realmente, o jogo tem cutscene em grande quantidade e tamanho. Mas, não me vi muitas vezes incomodado. Até porque, algumas delas são absurdas de boas, com ação digna de filme. Se tem algo que me incomodou em algumas delas, foi o excesso de CONVERSA FIADA. É um pouco irritante quando o jogo te lança para uma cutscene onde os personagens apenas falam coisas como: "eae, vamos em frente?", "vamos lá!". Ninguém precisa ver que eles chegaram no consenso de seguir adiante toda vez que aparecer uma adversidade, qual o sentido? No mais, sigo com o que disse sobre as cutscenes, não me incomodaram muito e, no pouco que incomodaram, compensaram bastante nas cenas mais elaboradas, daria uma nota 9.5/10.

Uma característica do jogo, mas que não vejo como algo que se possa medir valor, é a linearidade. O jogo, de fato, é linear, isso não é surpresa para ninguém. Mas, acredito que é uma característica proposital para tirar o foco da exploração e coloca-lo no combate. Observação, para quem gosta de exploração, o capítulo 11 se passa num mapa bem aberto e o jogador fica bem livre, até mesmo, para fazer missões secundárias(que são introduzidas neste capítulo).

Já vi, também, reclamações sobre o balanceamento do jogo. Eu joguei no modo normal, que é a dificuldade mais alta(só tem easy e normal). Não vou mentir, achei bem difícil e a própria seleção de dificuldade me pareceu bem enganosa. Agora, é fato que o jogo conta com alguns desbalanceamento BEM irritantes. Coisa de ter um punhado de monstros no game que lhe matam instantaneamente num só golpe, e isso ocorre mesmo que você esteja bem nivelado, tendo matado todos os monstros pelo caminho e etc. Então, não é um problema que pode ser transferido para a gameplay do jogador. Mas, apesar disso, também reconheço que é um jogo bem difícil de ser 100% balanceado e que esse tipo de situação ocorre com a minoria dos mobs.

Agora, o sistema de combate de FF13, para mim, é incontestável. É muito bom e criativo. Uma mistura de turno com tempo real que definitivamente deu certo. E, também é por isso, que o jogo se torna tão difícil. Não é um jogo que depende, simplesmente, de escolhas, ele depende de escolhas RÁPIDAS. O jogador tem que ficar atento, o tempo inteiro, aos movimentos dos mobs e em suas próprias barras de vida, é um vacilo e já era! Muito interessante, também, o auto-combate do jogo, que é bem assertivo na maioria das vezes, é a solução perfeita para um jogo que pede escolhas rápidas e que, especialmente no fim do jogo, conta com uma enorme lista de habilidades que dificulta bastante a seleção. O que também não faz com que o jogador perca suas maiores responsabilidades. No fim das contas, a maior responsabilidade do jogador não é o de escolher as habilidades lançadas, mas de escolher o momento de lançar as "técnicas"(que não são inclusas no auto-combate) e realizar a troca de "paradigmas"(é o sistema que define o comportamento de cada membro da equipe — em outras palavras, mas algo como: guerreiro, curandeiro, mago, escudeiro...). Não tenho reclamação alguma sobre o sistema de combate!

Gostaria, também, de apontar alguns problemas sem dar muita explicação sobre eles:
- Port para PC(mouse fica travado durante gameplay);
- Falta de saves entre algumas longas batalhas/cutscenes;
- Falta de clareza na descrição de alguns atributos de itens;
- Explicação pobre sobre alguns sistemas, como o de catalisadores;
- Apesar de não fazer falta para zerar a campanha, o dinheiro é escasso;
- Gosto pessoal: Acho que poderia haver uma progressão mais visível nas armas, acaba que recebemos muitas armas situacionais. Mas, sem muita progressão objetiva entre elas.


No mais, zerei o jogo em cerca de 40-42 horas e gostei absurdamente. Pode ser o "patinho feio" da franquia. Mas, para mim, que não sou, ainda, um fã de franquia, independente de ser ou não um "Final Fantasy ruim", foi um ótimo jogo!

Reviewed on Jan 21, 2024


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