O famigerado soulslike de tiro. Tava curioso para jogar esse. Quero experimentar o jogo seguinte, mas preciso passar por esse primeiro.

E bom... não é um jogo ruim. Não é um "Lords of the Fallen" (o original, não o reboot) nem nada. Mas é um potencial disperdiçado. É medíocre, na definição de dicionário mesmo. Fica ali pela média.

Veja bem, em termos de gameplay, o jogo é bom. O gunplay é satisfatório, o repertório de armas é relativamente variado (apesar de pequeno) e a gente tem aquela coisa toda de pegar "almas" dos bosses e transformar em armas ou em mods para elas - inclusive, o sistema de mods é muito bom e muito interessante de brincar, embora eu tenha passado 50% do gameplay como mod de jogar torretas e o de soltar uma núvem de insetos, mas ele permite experimentação e cada um que ache o que ficar mais confortável para si. E temos o sistema de traits, que são basicamente como os bonus do jogo, que vão desde o básico de vida-vigor, melhorias para mods, critico, dano elemental, resistencias... a maneira de conseguir esses traits depende de certos requisitos dentro do jogo, mas nada de outro mundo. Jogando normalmente tu desbloqueia os traits mais importantes e fica tudo jóia.

Agora que falamos das coisas boas do jogo, é hora de pisar em ovos um pouco.

O jogo tem um sistema de criação de áreas, digamos, um tanto caótico e duvidoso. As áreas são geradas proceduralmente, mas existe um caminho sequencial que leva de uma área a outra, bem como existem áreas que são estáticas e feitas para serem sempre iguais. Ou seja, você inicia numa área estática, progride para uma área procedural e chega em um sub-boss ou boss que pode ser aleatório em algumas jogatinas. Isso adiciona uma camada de replay value certamente, visto que é um jogo até bem curto (fechei em 12h mas se rushar bastante da pra ir em 6 ou 7h).

O problema das áreas procedurais é que elas, pela natureza procedural, não são bem feitas ou bem planejadas. Muitas áreas não fazem sentido algum, ou são tortuosas de navegar. Adiciona isso ao fato de que frequentemente tu sai de uma área procedural caindo em outra >muito parecida< e fica cansativo, como se tu tivesse andando em circulos e vendo padrões de salas que tu ja viu.

O que salva um pouco esse problema de construção de mundo são as áreas em si, que são bem distintas e todas tem alguma coisa interessante, seja o temas delas, seja os inimigos e a maneira que eles funcionam dentro de suas respectivas áreas. Tem um quê de "Stargate" nisso, e na maneira que a história do jogo se desenrola.

Falando na história, é hora de explanar outro problema do jogo, para mim. A lore do jogo parece ser muito legal. Mistura várias coisas. Tem uma pitada de sci-fi interdimensional como Stargate ou The Expanse, tem uma dose considerável de Alien do Ridley Scott, tem um pouco de Avatar, tem um pouco de Stranger Things inclusive com a parte sobre experiências laboratoriais... só que o jogo não evolui. Não tem um clímax. Tu tem um objetivo traçado desde o início, que coincide com outros objetivos de outros personagens, e é isso. Não tem uma catarse, não tem um grande evento. É meio que tudo no automático e mal explicado - e aqui não tem como ler lore em armas e itens como num tipico soulslike, mas sim ler computadores e tentar juntar as migalhas de lore e mesmo assim é bem pouco. E isso é coroado por um final bem, BEM ruim, anti-climático e que não leva a lugar nenhum.

Eu esperava bem mais desse jogo, pela fama que ele tem inclusive. Uma pena. Espero que o jogo seguinte corrija pelo menos algumas falhas desse.

Reviewed on Dec 20, 2023


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