A experiência que foi de 80 a 8 (ou 9 ba dum tsss)

FF9 é um jogo que possui um certo charme, que envolve seu estilo artístico mais teatral e não tão moderno, a presença dos black mages e alguns personagens memoráveis na franquia. Infelizmente isso não foi o suficiente para proporcionar uma boa aventura do início ao fim.
O início do game (primeiro disco pra ser específico, isso pode ser visto no ícone de save ao decorrer do jogo) é bem envolvente, apresentando os personagens da party ao poucos e trazendo gameplays separadas para cada um. Eu adoro jogar sob diferentes perspectivas, então foi um prato cheio alternar entre Zidane, Vivi e Steiner, e posteriormente outros personagens. O clima de mistério em relação a quem estaria por trás de tudo me deixou curioso pelos eventos seguintes, pois até então fica um ponto de interrogação quanto às ações da Brahne.
Quando o vilão que usa calcinha (também conhecido como Kuja) é apresentado, a coisa começa a desandar. Ô vilão ruim da desgraça, mal desenvolvido e burro. Conforme mais detalhes eram apresentados sobre ele, mais meh ficava a história e até outros eventos foram ficando mal escritos. O disco 2 ainda dá pra salvar alguns eventos mesmo com o Kuja estando presente, mas os discos 3 e 4 foram decepcionantes.
Entre os personagens da party, Quina e Amarant destoam do restante, principalmente o Amarant por ter um desenvolvimento quase inexistente. Poderia muito bem ser um personagem opcional ou ser substituído pela Beatrix. Senti que faltou carisma para a Eiko, isso é um ponto que deve ser trabalhado caso os rumores sobre o remake se concretizem. Quanto aos outros personagens relevantes, o regente Cid e os membros do Tantalus ganham destaque em suas sagas.
O tema sobre existência e propósito de vida são explorados em vários momentos, proporcionando a evolução de alguns personagens através de questionamentos sensíveis. Existem alguns diálogos MUITO BONS que nos fazem refletir sobre o assunto.

Ok, a história não foi lá essas coisas, mas o combate e sidequests foram satisfatórias?
O combate é tão lento que dá tempo de fazer um miojo enquanto ocorre a transição da random battle e você deixa a luta ocorrer automaticamente pressionando o botão R2. A situação piora pois a taxa de random encounter é bem alta em alguns pontos, tornando a travessia de alguns mapas uma lentidão danada. Felizmente esta versão possui fast forward, deixando menos dolorosa a exploração, mas não impedindo de ficar ZZzzzZZzz ao saber que teria uma nova região extensa pra atravessar. Meu save teve 40 horas após subirem os créditos, acredito que sem fast forward teria no mínimo umas 5 horas a mais D:
É divertido ficar trocando o equipamento entre os personagens pra aprender skills ativas e passivas. Eu normalmente vendo tudo que não uso em jogos do tipo, mas em FFIX é necessário fazer essa rotação pra deixar os personagens úteis e pra criar novos equipamentos via synthesis, que é um sistema de fundir 2 itens para criar um novo.
Não fiz tantas histórias secundárias por causa do combate lerdo, mas o que posso relatar é:
- achei um saco o jogo de cartas, ainda bem que o trecho em que é obrigatório vencer algumas partidas é bem tranquilo;
- o minigame e sidequest do chocobo é interessante se usar o fast forward (por que tudo é tão lento nesse jogo? :'[), gostei de procurar os tesouros e de ver o chocobo evoluindo;
- completei também a side de restaurar a Mognet. Os moogles são uma atração à parte, pois além de servirem como save point, há toda essa rede de comunicação deles, no qual às vezes também entregamos algumas cartas e lemos elas junto com o moogle destinatário.

Por fim, FFIX é um bom jogo no geral, mas superestimado. A história começa bem mas vai perdendo força até se tornar algo questionável. Não vou negar que me diverti em boa parte do tempo, porém todos esses entraves em minha experiência me fazem considerar essa sequência um FF apenas ok dentro da franquia.

Reviewed on Jan 07, 2024


Comments