Importante destacar que defendo arduamente a mente genial de Sam Barlow e seus jogos FMV únicos.

Immortality é grande e ambicioso, e uma experiência que eu amaria ter novamente, de preferência em uma sala de cinema.

As suas atuações são algumas das melhores que já vi em videogames, louco pensar que são atores pouco conhecidos. Por se tratar de cenas de GRAVAÇÕES de filmes, existe uma profundidade nas atuações: são atores encenando como atores encenando. Manon Gage é Marissa Marcel, e Marissa Marcel faz os papéis de Rosario/Matilda em Ambrosio, Franny em Minsky, e Maria e sua doppelgänger em Two of Every Thing.

O mistério é intrigante e lhe mantém engajado em fazer o trabalho de detetive; por se tratar de clipes isolados, a agência do jogador toma frente e torna a experiência mais pessoal e orgânica. Infelizmente sua resolução me azedou, e preferia o tempo em que eu não sabia o que realmente ocorreu. Dito isso, o processo de descoberta foi excepcional, e me deixou de boca aberta em vários momentos.

Gosto do que o jogo tem a dizer sobre arte, seus pontos são bem válidos. Existe um lado feminista bem explorado, o empoderamento feminino é centro nos três filmes que Marissa estrela. Dito isso, sinto que trata a cultura por trás da criação de filmes esbajandamente ativa sexualmente. Irreal.

Além disso, existem diversos monólogos escondidos, e apesar da atuação hipnotizante de Charlotta Mohlin, o que foi dito ali não necessariamente me cativou. Existem clipes muito intrigantes, outros que falam muito mas não dizem nada. Parece que o jogo tenta ser muito profundo sem se perguntar se DEVE ser profundo assim. Gosto de pensar que isso vem de um fascínio pela humanidade, mas que vem de um lugar externo, que não consegue empatizar totalmente com ela. Quem terminou vai entender.

Enfim, gosto de como ele trata o tema da imortalidade em relação à arte; ela imortaliza mesmo. Já quando trata esse tema LITERALMENTE, não me senti tão à bordo.


Prefiro lembrar de Immortality como a incrível experiência imersiva que foi. Guardarei Marissa e a tarde que eu passei HIPNOTIZADO procurando por respostas quanto à seu aparecimento pro resto da minha vida. Apesar de tudo, é uma experiência por qual todos deveriam passar, ainda mais por ser tão acessível, estando na Netflix. Obrigado Sam Barlow. Obrigado, Marissa.

Reviewed on Dec 30, 2023


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