Bayonetta é uma daquelas franquias que possui uma excelência tão enraizada no seu simples conceito básico, que podem seguir sua simples fórmula com pouquíssimas mudança por décadas e todos os jogos valerão o tempo e investimento. O terceiro jogo, lançado 8 anos após seu antecessor e 5 após seu anúncio, segue à risca o que define e destaca a saga em meio ao mar de jogos de ação no qual está imersa. Estiloso, divertido e confuso, Bayonetta 3 é Bayonetta em todos os sentidos, para o bem e para o mal.

Isso não quer dizer, é claro, que essa nova experiencia não tem a sua identidade própria dentro da trilogia. Não só visualmente, como seus antecessores, mas também em sua estrutura e gameplay principal. Bayonetta continua sendo a personagem principal e seu potencial para customização e curva de aprendizado estão mais extensos do que nunca. Seus ataques padrões funcionam da mesma forma de sempre, mas com um novo leque de armas únicas e extremamente criativas. Os Demon Slaves, a grande nova mecânica única à esse novo jogo, trazem uma nova dimensão ao combate, tanto em escala quanto em profundidade. Cada uma possui suas fraquezas e vantagens, e são tão criativas e intrigantes quanto podem. A dinâmica de poder controlar uma dessas grandes feras ao mesmo tempo que a bruxa que as invoca é divertida, complexa e muito bem vinda.

Além disso, existem mais duas personagens jogáveis durante a campanha: a companheira clássica de Cereza, Jeanne, e a novata Viola. A primeira estrela em um tipo de missão único, que mistura plataforma com stealth, e que por mais que não acerte em nenhum dos dois, consegue entreter e não se extende por muito tempo, contando com poucas missões de curta duração, trazendo variedade à estrutura da história. A segunda, Viola, estrela em missões de estrutura similar às de Bayonetta, porém com ataques e habilidades completamente únicos que fornecem uma experiência diferente, porém ainda familiar. Embora bem menos complexa que a estrela do jogo, sua gameplay fornece variedade o suficiente, tanto para o seu tempo de tela limitado quanto para passar horas praticando diferentes combos e estratégias.

Como sempre, o ênfase da narrativa está em fornecer uma montanha russa em alta velocidade à todo instante, que surpreende o jogador constantemente do início ao fim. A narrativa é tão profunda quanto os outros jogos, ou seja, profusamente rasa; em outras palavras, é tudo o que precisa ser. Combinado com a gameplay que a acompanha, temos uma campanha com altos e baixos, mas que é dominada pela criatividade esperada de um Bayonetta, e para mim, isso é tudo o que precisa ser. Me vejo jogando isso por muito mais tempo, e se possuísse mais conteúdo para usufruir de seu combate, arrisco dizer que jogaria para anos por vir.

Reviewed on Jul 25, 2023


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