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# Getsu Fūma Den e seu Metroidvania “Rudimentar”

Metroidvania, o famoso “subgênero” que eu tanto amo, não é de se admirar que por várias vezes eu converso sobre ele em minhas redes sociais e fiz questão de criar uma mega lista no Backloggd demonstrando o tamanho de tal. Claro, algumas pessoas podem discordar dessa lista pela inclusão de jogos não plataforma, o que para mim é uma singela bobagem. Metroidvania o qual não considero verdadeiramente um subgênero foi e ainda é um elemento dos jogos de aventura não-linear no qual a progressão é feita a maneira do jogador e não por uma régua de A ao B direta; claro, ainda teremos essa linha que nos levará a um caminho, mas o meio ao B é o que importa dentro destes jogos e Getsu Fūma Den não foge em nada disso.

Lançado para o Famicom, popularmente conhecido como Nes, em julho de 1987 e um mês antes de Simon's Quest é aqui que o nascimento do herói começa. Getsu utiliza-se de uma visível influência de Zelda II com algumas particularidades de Metroid marca o título da Konami em um metroidvania rudimentar, mas não falho. A aventura de Fuuma se baseia em jogar em três perspectivas: a “visão de pássaro” e side-scrolling sendo estas duas inspiradas no título da Nintendo e a última sendo em “primeira” pessoa em uma jogada Dungeon Crawler. A exploração do mundo é um papel extremamente importante dentro de Getsu Fūma Den por conta de itens, conversas com NPC sobre a história e o mundo, fases e armas que só são encontradas quando se explora cada centímetro das ilhas nas quais o jogo se passa. O primeiro mapa, assim como em quase todo do subgênero é o mais fácil e de certa forma até mesmo linear, é onde o jogo se apresenta e ainda segura a mão do jogador para não se perder na imensidão do mundo até a derrota do primeiro grande chefe, a primeira ilha assim como todas as outras contém armas que você só adquire explorando ou comprando e mesmo estás a quais você compra só são encontradas em lojas “escondidas” o que incentiva o jogador a explorar os cenários. 

O lado rudimentar de Getsu é causado por como sua exploração é feita, pelo mapa possuir quatro ilhas sendo a primeira uma espécie de “tutorial” enquanto a segunda um “labirinto” que leva o jogador para a terceira e quarta ilha acaba que se tem pouco do que explorar; os mapas são consideravelmente grandes possuindo também pequenos segmentos separados das ilhas principais com alguns caminhos alternativos, porém muitos desses cenários são curtos servindo somente como pontes ao próximo o que para alguns pode acabar tornando a gameplay repetitiva. A primeira ilha, apesar de ser a primeira e que o jogador pasará mais tempo, é a mais fácil de se perder e a que mais traz a sensação de uma genuína exploração. Isso não torna os outros mapas inferiores ou ruins, só diz que eles não estão no mesmo nível de exploração. Possivelmente por ser um estilo novo para Konami a equipe acaba dando margem para alguns erros e acertos na exploração, porém o que os desenvolvedores não acertaram nos outros mundos, acertaram nas masmorras: são três no total e estas seguem o citado estilo de “primeira pessoa” que no caso é terceira numa visão das costas. As masmorras são extensas e podem ser facilitadas ao comprar uma bússola, o que dará uma ajuda em sua exploração ao boss, o único problema nela é como os inimigos são chatos, com alguns beirando ao insuportável na hora de matar por conta da colisão.

Entretanto, não é só de exploração que Getsu se sustenta, o design dos cenários em side-scrolling na maioria esbanja carisma e uma criatividade deslumbrante ao mundo criado com cenários ricos em cores sendo um dos jogos mais bonitos do NES que joguei até o momento e mesmo que por toda jogatina toque sempre as mesmas músicas por quase todo o jogo, pouco foi notado que eram sempre as mesmas por acabarem e começarem de um jeito que você nem sente o looping, mas aqui vale destacar a minha música favorita que só foi utilizada uma única vez: Final Battle que posteriormente se tornou a música tema de Fūma em jogos no qual apareceu como Castlevania: Harmony of Despair.

Getsu é definitivamente um dos jogos já feitos do NES, mas é aquele jogo que te pega por como é feito e como funciona, você joga e sente estar em uma aventura sem igual sendo absorvido por este mundo tão interessante.

Final Battle no jogo: https://youtu.be/lnQLsfz6uv0?si=wuYsHEoQTDPkTUCT
Final Battle Remix: https://youtu.be/qqr_HP4PTYY?si=OFccWGfbzqhPfv1-