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in the past


Uma evolução enorme em comparação à Snatcher.

Sinceramente, após jogar praticamente todos os jogos do Kojima, esse talvez seja até hoje um de seus melhores trabalhos. É impressionante como, 30 anos depois, essa é uma das histórias mais bem amarradas que ele já fez, um efeito parecido com MGS1, ambos são jogos redondinhos, com histórias que começam e terminam em si, o que faz com que a progressão dos jogos decorra de uma forma bastante natural.

Embora não seja o foco do jogo, também senti que as seções de combate melhoraram, com comandos mais simples e funcionais para mirar e atirar.

Talvez um dos pontos mais interessantes de jogar um de seus primeiros projetos só agora é perceber como depois de tanto tempo, a maneira como Kojima conta suas histórias nunca mudou, desde como ele constrói seus mundos até como apresenta seus personagens e reviravoltas, desse estranho humor, até bobo que subitamente se volta a pequenos momentos, alheios dos grandes cenários, diálogos simples que passam uma sensação calorosa, uma delicadeza que eu não sei se ele ainda possui atualmente.

Acredito que o formato desse jogo também potencialize sua forma de escrever, dando ainda mais espaço para as divagações já características dele, onde fica detalhando extensivamente como sua ficção científica funciona. Entendo quem desgosta, afinal são minutos e parágrafos inteiros dedicados a algo que muitas vezes não importa, curiosidades extremamente opcionais, mas de certa forma ainda respeito esse comprometimento com seu imaginário, que parece expressar um carinho por aquilo que faz.

Apesar de sua certa relevância histórica, não acho Policenauts algo revolucionário, que vai te mostrar coisas de uma forma que você jamais pensou, pois, até pela força de suas inspirações, é justamente o contrário. Você vai ver muitos elementos familiares, dúvidas que, na verdade, são claras, mas tudo feito de uma forma tão carismática e imersiva, que me fez, horas após terminar, ter saudades desse futuro que já passou.

“Nós podemos deixar nosso berço, nossas crianças podem viajar para o mais longe que for, mas jamais esqueceremos de onde viemos, estaremos sempre por perto;
Olhando por eles”