Reviews from

in the past


I really liked how the only way to stop was to close the game. There was no (at least from what I saw) ending state inside the game

No começo do jogo, somos apresentados aos seguintes dizeres: "Esse não é um jogo. Você não ganha, nem perde. Isso é uma simulação. Ela não tem fim. Ela já começou. As regras são mortalmente simples. Você pode atirar. Ou não. Isso é um simples modelo que você pode usar para explorar alguns aspectos da guerra ao terror."

Na minha crítica de GRIS, coloco que precisamos realmente estudar quais aspectos os jogos têm com as artes e falei que exploraria bastante a questão da autoria, quem são os autores dentro dos jogos, se temos autores dentro dos jogos. Porém, no vídeo de "100 Jogos para aprender Game Design" do Game Maker's Toolkit, ele colocou "September 12th: A Toy World" na lista e ele me interessou pelo seguinte: esse é considerado o primeiro "newsgame", um gênero de jogos que busca tratar de questões topicais, do momento do desenvolvimento. Isso também é um aspecto importante da arte: usá-la como uma janela para compreender o momento histórico em que foi produzida. No caso, a Guerra ao Terror instituída pelo presidente americano George W. Bush nos anos 2000 e perpetuada pelos seguintes governos de Obama, Trump e Biden.

A proposta do jogo, como colocado de forma irônica na introdução à cima, é simples: civis e terroristas caminham por uma cidade e você possui a habilidade de lançar mísseis para matar os terroristas. Porém, é praticamente impossível matar só os terroristas, atingindo também civis. Quando os civis morrem, civis correm para lamentar os mortos, indicado por um brutal e agonizante choro, a única vez em que o jogo rompe com o seu estilo predominantemente cartunesco. Depois um efeito sonoro extremamente cartunesco, e os civis que lamentavam as mortes se tornam terroristas. A única maneira de parar essas mortes é parar de jogar.

Assim, o jogo consegue incorporar em suas regras, a disposição dos NPCs no nível, a mecânica do tiro, com o contexto histórico. Através disso, ele subverte a ideia de jogos como "diversão" , como um "brinquedo", e coloca de forma didática a estrutura do massacre promovido pelos EUA nos países do Oriente Médio nos anos 2000 em nome da erradicação do terrorismo. Situação essa que, infelizmente, escapa ao topical do "newsgame" e perdura até hoje, como o genocídio na faixa de Gaza.

Uma das experiências mais brutais que já tive.