Eh....esse jogo é complicado.

Eu aprecio muito o que o Kojima tentou fazer aqui. A escrita dele ainda ta la, o estilo de quadrinhos pra contornar as limitações do PSP foi bem inteligente, e esse jogo introduziu muitas coisas que foram um diagrama pras mecânicas do Metal Gear V

Mas falando do jogo em si...ele não é lá muito bom. Os desenvolvedores pareceram não pensar nas limitações do PSP, e ao invés de tentar outra abordagem, fizeram praticamente uma versão piorada e muito mais básica do Metal Gear 3. Os cenários são repetitivos, lotados de mini-fases com uns 3 ou 4 inimigos muito burros e muito fáceis de só passar por eles, com boss fights que também ficam bem repetitivas, até pq você sempre enfrenta só alguma máquina que da tiro, e você precisa dar tiro mais forte.
A progressão da Mother Basse tbm é beeeeeeeeeeeeem lenta

Reviewed on Jun 18, 2023


4 Comments


11 months ago

Isso tudo somado a estória ser a mais fraca da saga toda depois de mgsv, as fitas ficarem enaltecendo não ironicamente ditadores que mataram milhôes em várias das primeiras fitas, e a parte boa msm da estória como backrounds da strangelove e the boss estarem nas fitas (e não em cutscenes, ou algo mais elaborado), tornam Peace Walker um dos Metal Gear mais fracos dentre os canônicos. Acho que só perde p mgsv msm, e os maiores vilões aqui tem nome e sobrenome: PlayStation Portable, Konami, Che Guevara e Kojima.

11 months ago

Eu tbm nunca entendi a pira do Kojima querer fazer o Big Boss ser o Che Guevara. Até pq a abordagem que ele traz das ideologias dele em Death Stranding é uma visão bem mais pacifista e humanitária.
Eu interpreto como uma forma de deixar o Big Boss uma figura controversa, já que ele nunca foi um herói.

O MGS V é bom porque apesar dos problemas da história, o jogo tem uma gameplay bem consistente, uma infiltração bem livre e variada. Ele é quase uma evolução das mecânicas do Peace Walker em todos os aspectos

11 months ago

MGSV tem menos mecânicas que o Peace Walker, o próprio cqc dele é todo reduzido a umas três animações diferentes ao invés de comandos vindos do player que resultam em combos variados. Daí tu pega o fato de que o jogo quase não boss fights, o mundo aberto é vazio e repetitivo (assim como as missões, que nem de longe oferecem mais liberdade que jogos como MGS2. Em mgsv tpp, 90% delas são extrair alguém com fulton), as milhões de adições noob friendly (modo reflexo, quiet, d-dog), ausência do codec e camuflagem, e estória lixo; misture tudo isso e você tem o pior metal gear canônico. É quase um metal gear survive part 1, já que todas as mecãnicas inferiores são as mesmas e a estória é péssima.

Tendo em vista as mensagens anti autoritarismo e censura de MGS2, MGS4, Snatcher, e até em Death Stranding por parte do Sam, o Kojima de Peace Walker é quase uma outra pessoa, não acho que ele seja comunista. Há a possibilidade do comunismo da américa central ter sido apresentado de forma totalmente distorcida ao game designer e ele ter comprado a ideia (o que é irônico demais para quem falava de manipulação das massas em sons of liberty). Mas tenha em mente que muitos acontecimentos históricos são vistos e interpretados de forma diferente pelo oriente, e consequentemente japão (país com enorme isolamento cultural no passado, obras como frankeinstein só chegaram no japão após 1 século de sua publicação), pesquise sobre algo como "Nazichic", e descobrirá que algo que seria fácil e com razão repudiado no ocidente, não tem a mesma resposta vinda do Japão (disclaimer: estou destacando meu ponto, não chamando japoneses de nazistas ou coisa do tipo! Atente-se a interpretação!).

Mas é isso, falei até demais. Zerei o Peace Walker só hj (anos após conhecer a saga) pq tinha muita resistência ao jogo (devido os motivos já citados ao longo da sua review e comentários), e achava que seria um jogo mediano... Zerar ele só me comprovou tudo que eu já imaginava.

11 months ago

Assim, menos mecânicas não tem. O TPP oferece uma variedade bem alta de estilos de jogos e opções de infiltração não-letal (a arminha de água é absurdamente útil e uma adição muito boa). Isso junto com a adição dos aliados de suporte, você tem uma liberdade bastante interessante pra lidar com as várias coisas do mundo em si (até derrubar a Quiet mandando entrega aérea na cabeça dela).
O jogo pode até ser bem mais fácil que a maioria da franquia, apesar de achar o Peace Walker mais fácil. Mas isso acaba sendo mais pelas várias bugigangas novas do Snake. Várias delas inclusive podem ser desabilitadas, como o modo reflexo (que eu mesmo tirava quando jogava mais "sério".
A variedade de missões tá longe de ser baixa assim. Eu concordaria talvez se estivéssemos falando das side ops, que acabam indo praquele estilo meio "jogo da ubisoft" com um numero X de missões do mesmo tipo. Mas as missões da campanha principal são bastante variadas, indo desde infiltração tática até porrada comendo solta. A quantidade de bosses é realmente mais baixa, mas eu prefiro isso do que as 15 batalhas contra pilha de aço do Peace Walker.
A parte da estória claramente ficou incompleta, por vários motivos envolvendo o Kojima e a Konami, o que gerou um produto final um tanto incompleto, que meio que serviu pra tapar buracos deixados pelo Kojima nos primeiros jogos. Mas eu diria que o problema é mais com o modo campanha do que com a estória em si, já que ela segue o padrão do Kojima, principalmente com as motivações do vilão e as relações com os soldados do Big Boss. O que estraga a campanha é mais essa ideia de repetir a mesma missão no modo "hard" como se fosse algo novo pro jogo, o que poderia simplesmente ser colocado como missão opcional.
Apesar dos pesares, o TPP é um jogo de ação-aventura bem consistente e bastante divertido, principalmente pra quem gosta de gerenciamento de recursos e progressão com os mesmos. É compreensível os fãs da velha guarda acharem estranho ou muito desconexo de Metal Gear, mas o jogo em si é bastante polido e bastante consistente, com várias mecânicas, liberdade alta em vários aspectos, gerenciamento de recursos e até um PvP online indireto que conversa bastante com as mensagens principais anti-nucleares do próprio Kojima

Sobre a árte do Kojima e o Che, o Japão tem realmente uma visão diferente no geral sobre as américas. O próprio Kojima tem foto ao lado de quadros do Che Guevara. Isso somado aos temas trazidos por ele nas suas franquias, ele é claramente de um viés mais socialista.