Eu acho que é uma unanimidade quando se fala em Bloodborne, que a primeira palavra a vir a mente seja "ambientação", porém eu nunca acreditei que essa parte poderia ter um peso tão grande em um jogo que o faria ser o ponto forte que se sobressai.

Até eu jogar Bloodborne.

A primorosa criação de universo, baseada em conceitos clássicos da Era Vitoriana, possui uma atmosfera escura, pesada, melancólica e visceral. A noite e seus temores desfilam por entre as grandes construções de Yharnam, a cidade fictícia do jogo, e trazem consigo muita dor. Gritos incessantes, pedidos de ajuda (sabe-se lá de onde), choro de criança, e até de monstros, te prendem numa sensação de incômodo constante. E acho que mais do que medo, o objetivo é mesmo incomodar, o que te leva a querer sair desse gigantesco buraco que é o desconhecido.
Combinada à jogabilidade, cada centímetro explorado te traz nuances do que um dia aquele lugar já foi. Artefatos, esculturas, construções e até roupas contam um pouco da história desse jogo.
E não me aprofundando muito na história, por motivos de spoilers, só queria dizer que esse é outro ponto fortíssimo aqui. Coisa pra Lovecraft sorrir de orelha a orelha.

Enfim, tudo que esse jogo se propõe, ele entrega com absoluto primor. Mesmo sendo um jogo de 2015 com incríveis 30fps com emulação pra PS5 (sem melhoria alguma, nem sequer de loading), nada disso chega perto de arranhar sua marca na história dos videogames.
Absolutely flawless.

Reviewed on Jan 15, 2024


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