Outlast é uma visita ao próprio inferno na Terra.
Quanto mais exploramos o manicômio de Mount Massive, mais chocados ficamos.

Provavelmente Outlast é um dos jogos de terror mais influente dos últimos dez anos.
E não é atoa, é um ótimo jogo de terror. Você nunca se sente verdadeiramente longe do perigo, sempre se perguntando o que há atrás da próxima porta, o que há no próximo corredor, se realmente está sozinho, etc...

Os inimigos são um dos pontos que mais deixam o jogo aterrorizante e amedrontador.
Cada perseguidor, cada cobaia nesse jogo é assustadora.
O Chris Walker é no mínimo traumatizante. O Trager é perturbador, ele reage de maneiras triviais a situações insanas. Provavelmente a seção dele é uma das que mais gostei no jogo.

A ambientação também tem um grande papel em te deixar tenso. Cada canto do manicômio é capaz de te assustar. Desde recepções repletas de sangue, até áreas de desabamento.
O mais brutal e sanguinário é o que te aguarda aqui. Outlast é uma experiência que te choca.

Jogar esse jogo de fone deveria ser pré-requisito. Seja pela trilha sonora, que combina perfeitamente com cada momento em que é tocada - como nas partes de perseguição ( que são muito boas, por sinal ) -, ou seja pelos detalhes colocados no jogo, como os sussurros dos inimigos, o som do arrastar das correntes de Chris Walker, a respiração pesada do protagonista, etc...

Jogar Outlast de fone só eleva ainda mais o nível da experiência.
Eu joguei esse jogo sozinho, no escuro total da madrugada e utilizando fones de ouvido. Acho que posso dizer que foi uma das experiências mais assustadoras que já tive com videogames.

A história do jogo é muito boa e cativante. A princípio, algumas coisas podem parecer meio jogadas, sem relação com a trama principal, mas conforme vamos avançando, tudo começa a fazer sentido e a trama chega a níveis históricos. Cada personagem tem sua história, desde o protagonista, um jornalista, até os perseguidores. Destaque para uma certa " entidade " que encontramos. Achei conceitual esse bixo e toda a Lore dele.

Agora, sobre a gameplay: eu gostei muito.
Sério, achei muito criativo o uso da câmera na gameplay. E faz muito sentido quando pensamos na história do jogo, o protagonista é um jornalista investigando um manicômio, é óbvio que ele teria uma câmera, oras.
Essa gameplay com a câmera me lembrou muito do filme REC. Se eu fosse chutar, diria que Outlast se inspirou nesse filme. O Trager também me lembra um pouco um personagem de outra obra, no caso é o Scissor Man de Clock Tower.
Não que isso tire o mérito do jogo, de forma alguma. Eu até que gosto dessas duas obras, principalmente de REC.

O resto da gameplay também é bom, acho todos os comandos bem responsivos. E a opção de olhar para trás enquanto corremos também é uma ótima adição, bem como a de se esgueirar nas paredes para ver o que há na sua frente sem chamar atenção.
Acho que o jogo fazer a gente se esconder para evitar os inimigos também contribui muito para todo o terror dele. É agoniante estar em baixo de uma cama e ver o pé dos perseguidores na sua frente, por exemplo.

Jogar esse jogo no Hard foi uma ótima escolha. Ele te força a ficar mais atento e ser mais cauteloso. Também te força a saber organizar bem seus recursos, pois só podemos pegar 5 baterias para a câmera. É tenso ficar sem bateria em seções de escuro total, em que precisamos da visão noturna da câmera para passar.

Eu realmente fiquei triste com o final. Miles Upshur, você é verdadeiramente foda. Um homem que infelizmente passou pelo inferno, mas nunca desistiu.
Eu gostei muito das notas que ele escrevia durante o jogo. Elas adicionam uma personalidade para ele, conseguiram ciar um personagem bom sem fazer ele dizer uma palavra sequer. Parabéns.

Outlast é o puro suco do perturbador, chocante, do terror, do próprio inferno na Terra.
É um jogo bem denso e sério, mas é um jogo muito bom.
Cada passo adiante no amedrontador manicômio de Mount Massive é uma visita mais profunda ao inferno.
O terror desse jogo realmente é muito bom, ele não precisa de sustos baratos para te assustar. E mesmo que ele possua presença de Jumpscares, é um jogo que sabe dosar bem, não abusando deles. E todos são bem orquestrados. É fácil ter uns mini infartos jogando.



Outlast é consagrado por muitos como um dos melhores jogos de terror de todos os tempos, e eu não diria que é exagero. Mesmo que eu não o ache um nota 10, digo sem medo que é um dos melhores jogos de terror dos últimos tempos. Joguem Outlast.

Reviewed on Oct 05, 2023


Comments