Por um lado é interessante a moldagem metafórica apreendida através da abordagem contemplativa que o jogo propõem, mas simultaneamente, qualquer premonição que se possa chegar acaba por não anexar em nenhuma depicção mais conciza, e isso é o que me levou a desejar por mais no final. É 100% simbólico e estético (inclusive, esplendido o tipo de alusões que ele usa as vezes) mas, junto disso, a colocação dos fatores designa-se em conjugações esparsas até demais e as pistas que te da só perpetuam numa imagem superficial de trauma

Nota-se o capricho atmosférico construído com projeções do oculto e desconjuntura partida da incoerência inerente da lógica dos sonhos, mas honestamente, pra mim o legal de um formato assim é justamente poder extrair das coisas distantes de si pra chegar a um panorama, assim atuando como uma dissecagem dialética por si só - Em Yume Nikki podemos até chegar em algo, o problema é como chegamos a tal conclusão (que por ventura, é uma ocorrência fechada, fechando portas para possibilidades de uma visão mais atípica que pudesse ao menos compensar pela falta de nuances mais expansas).

Olhando agora, o backround dele deixa mt mais claro o quão vazil ele acaba por ser por mera consequência. Tudo aqui poderia ser muito mais denso, mas no final, acabou se assemelhando a só um simulador (vejamos pelo lado bom, ao menos é mais eficiente e tem mais propósito que algo tipo LSD Dream Emulator).

Jogue pela experiência, pela investigação e especialmente pela autoralidade visual, nisso ele excede (faz até eu ficar um pouco triste de não ter conseguido gostar da forma como eu queria pois tudo sobre sua roupagem apela demais pro meu gosto), mas talvez você se decepcione devido a não só sua teórica quanto pelo fato do quão descaradamente indulgente o jogo por si só consegue ser.

Reviewed on Oct 05, 2022


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