Borderlands: The Pre-Sequel revela a ascensão de um ditador enquanto tenta explicar algumas dúvidas que estavam presentes na mente dos jogadores, uma pena que as explicações se atentem, em grande parte, a pontos pouco importantes e deixem de lado as principais indagações. Além disso, com um trabalho ruim da Gearbox Software, a lógica da história entre os jogos de borderlands foi praticamente destruída.

Como proposta do jogo, o enredo baseia-se na queda da corporação Dahl, que é desencadeada com a abertura da cripta no jogo 1, e a ascensão da corporação hyperion como a corporação dominante de Pandora, que é o enredo do segundo jogo.

Normalmente as propostas de jogos pre-sequel tendem a ser jogos mais explicativos e de referências, eles geralmente buscam explicar alguns pontos que não foram explicados na sequência a que ele é destinado, sem necessariamente deixar de ter uma história própria com uma identidade individual e que ainda consiga complementar a sequência. Isso acontece em Borderlands: The Pre-Sequel, onde a história apresenta uma identidade própria sem se limitar a ser uma mera explicação do acontecimentos do jogo 2 e as consequências do jogo 1.

Essa identidade do jogo pode ser observada quando findado a disputa entre a Zyperdon e Jack a subtrama da cripta assume a titularidade do enredo e abre novos caminhos para essa história “explicativa”.

Além da proposta explicativa - que baseia-se na explicação dos acontecimentos que ocorreram tanto no primeiro quanto no segundo jogo -, ainda é utilizado uma proposta investigativa, observado pelo fato de todos os acontecimentos do jogo serem narrado pela Athena, uma personagem jogável que já vivenciou tudo o que acontece. O jogador deve investigar o que aconteceu com essa personagem e entender as motivações que a levaram a tomar certas atitudes.

A ambientação de Borderlands: The Pre-Sequel é interessante, ao invés de explorar ainda mais o ambiente de pandora demasiadamente utilizado ele apresenta a nave da corporação helios e a lua de pandora. A nave já havia tido grande importância no jogo 2, já que ela que destrói os escudos do Santuário e a partir dela que os robôs de Jack são enviados para matar o jogador. Sobre a lua de pandora, além do novo cenário proposto e a caracterização dos inimigos “espaciais” com os trajes de astronautas e afins, é interessante adicionar a mecânica de oxigênio com o ‘esmagar’, diferenciando mecanicamente o jogo dos seus antecessores e passando a ideia de um lugar novo, a mecânica utilizada auxilia nessa sensação de novo e diferente.

Borderlands tem problemas sérios quanto a história do jogo, pensando cronologicamente, os acontecimentos no final do jogo como: Jack tendo a visão sobre o Guerreiro que ele tentará controlar no jogo 2, a visão sobre a importância das sereias e do eridium, fazem sentido na história do segundo jogo, porém não fazem nenhum sentido considerando a história do primeiro jogo, já que o jogador no primeiro jogo abre a cripta por conta da Angel que, por ordem de Jack, “controla” as ações do jogador, só que no borderlands: the pre-sequel mostra que Jack não poderia ter feito isso durante o primeiro jogo, pois ele não tinha o conhecimento do poder das sereias e da importância da cripta só, já que esse game acontece entre o borderlands 1 e 2. Enfim, o conteúdo da visão no final do jogo quebra a ideia do “controle” que Jack tem sobre o jogador no primeiro jogo da franquia. Além disso, as principais dúvidas que precisavam ser explicadas não foram, dúvidas como: quem é a mãe da Angel? Como as sereias podem ser aprisionadas e controladas?, entre outros.

A estética desse jogo da franquia apesar de seguir os parâmetros de seus antecessores apresenta uma característica mais realista, isso provavelmente acontece pela evolução gráfica que se tem desde o primeiro jogo lançado em 2009 e o borderlands: the pre-sequel lançado em 2014. Essa nova “estética” agrada e conversa muito bem com o jogo sem causar uma “revolução” e perder as raízes advindas dos títulos anteriores.

Em relação a jogabilidade e mecânica, o jogo se diferencia bastante dos antecessores, os 6 personagens jogáveis tem mecânicas únicas na habilidade de ação apresentando novidades a serem exploradas pelos jogadores. A mecânica de armas a laser e armas criogênicas deixa disponível para os jogadores novos caminhos a serem explorados tanto na build dos personagens quanto na organização dos conjuntos de armas.

Apesar da campanha ser relativamente curta, ela não deixa de ser profunda, a história apresenta várias camadas que são bem exploradas e os personagens são bem aproveitados em missões secundárias que são divertidas e que acrescentam no escopo global da obra, principalmente se tratando da história principal. Outro ponto positivo foi o vilão final que sai da monotonia de monstros gigantescos e apresenta essa característica mais humanóide, além disso, a porta da cripta não é simplesmente aberta e um monstro gigantesco sai lá de dentro, nesse jogo a cripta é aberta e os seres do cripta começam a invadir o universo do jogador, logo há vários deles presentes antes de se chegar ao boss final propriamente dito.

A dlc Claptastic Voyage é a única dlc do jogo que apresenta adição no enredo do jogo e explica a importância do Claptrap amarelinho que te guia. A dlc propõe o lado cômico como eixo principal da história, ao adentrar a “mente” do claptrap e observar os sonhos, desejos, medos, tudo é apresentado de forma cômica e lúdica. Além de ser muito divertida de se jogar, apresenta uma história que aprofunda em um dos personagens característicos do jogo, mostrando o lado mais “humano” do pequeno robozinho amarelo, fazendo o jogador amar ainda mais esse robô safado.

Reviewed on Jun 14, 2023


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