Existem diversas comparações entre Little Witch Nobeta e Dark Souls internet afora, mas verdade seja dita, no geral as semelhanças são bastante superficiais. O jogo utiliza, sim, um sistema de check-point que é realmente igual às fogueiras dos jogos da FromSoftware, porém os outros elementos que compõem sua jogabilidade formam um tipo de experiência completamente diferente.

Para começar, a exploração é relativamente básica, ainda que eficaz o suficiente dentro do contexto do jogo. Basicamente se resume a encontrar baús escondidos (eu mesmo não achei todos) que guardam melhorias para as magias da personagem e, em alguns casos, itens consumíveis que pouco são úteis. Também existem alguns itens coletáveis que não servem para nada além de contar um pouco mais da historinha por trás do mundo do jogo, e que são adquiríveis ao derrotar-se inimigos específicos (o que é bem legal) ou encontrando-os em lugares simplesmente aleatórios (o que não é tão legal).

Eu diria que o level design como um todo é consideravelmente bem elaborado. As fases começam simples e até mesmo entediantes, mas melhoram a partir da área do castelo coberta por lava. Não chega a ter nenhum momento genial e de criatividade exorbitante, mas há variedade o suficiente em questão de layout e de progressão para diversificar o ritmo de aventura, incluindo áreas com mecânicas únicas e alguns quebra-cabeças super simples.

O combate, por outro lado, é o que me deixa um pouco mais divido em relação ao jogo. Mecanicamente, ele é bem interessante, com ideias que complementam umas às outras (o ataque corpo a corpo, por exemplo, embora aplique pouco dano por si só aos inimigos, recupera a mana utilizada para o uso de magias), mas se torna um pouco repetitivo e desequilibrado. Isso porque, por boa parte do tempo, a variedade de inimigos permanece muito baixa (embora isso melhore mais próximo ao final do jogo) e algumas das quatro magias de ataque disponíveis ao jogador ficam um tanto triviais. Fora um momento muito específico numa das áreas finais, a magia de gelo se torna ineficaz, por exemplo. O mesmo vale para o elemento Arcana, que fica por muito tempo esquecido.

Uma coisa curiosa nesse jogo é que três das antagonistas são dubladas por integrantes da Hololive, e a performance da Polka e da Fubuki como Tania e Monica, respectivamente, é muito efetiva. A Shirogane Noel como Vanessa, por sua vez, já não é tão convincente. Não chega a ser ruim e fica claro um esforço muito digno por parte dela em encorpar a voz para fazer jus ao estilo da personagem, mas às vezes, a entonação de suas falas não condiz muito com o que está sendo apresentado em tela.

Já a protagonista, Nobeta, conta com a atuação da experiente Konomi Kohara (conhecia como a voz da Chika em Kaguya-sama, da Mona em Genshin Impact, da Roxy em Mushoku Tensei, entre muitas outras).

Um último destaque fica para a trilha sonora bem bacana composta por Oli Jan. As músicas dão uma baita contribuição à atmosfera do jogo, fora que os temas das batalhas contra chefes são devidamente inspirados. Aqui um exemplo: https://www.youtube.com/watch?v=N8ywzOCqPwA

De forma geral, é um jogo bem fofo e até que divertido.

Reviewed on Apr 07, 2023


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