"Indivisible" segue a história de Ajna, uma personagem que é descendente de heróis que selaram uma força sombria há 16 anos. Sua vida cotidiana em uma pequena vila é destruída quando um exército ataca e destrói a vila. A vida de Ajna é poupada quando ela, de alguma forma, absorve um dos atacantes, transformando-o em um aliado que é obrigado a lutar ao seu lado. Usando seu novo poder, Ajna parte em busca de vingar sua casa.

A história, no princípio, vai parecer bem genérica, mas ao longo que o jogo se passa, ela vai se demonstrando cada vez mais intrigante. Além disso, o jogo é parte 2D, possui uma pegada JRPG e uma pitadinha de Metroidvania. Ajna começa apenas com a habilidade de pular e deslizar, mas à medida que o jogo avança, ela desbloqueia novas habilidades, que vão desde a capacidade de usar um machado até o poder de se teletransportar para inimigos e criar barreiras em paredes com espinhos. Há uma enorme quantidade dessas melhorias, e você continuará desbloqueando novas habilidades até o chefe final.

Eu adorei a jogabilidade de plataforma presente no game. O jogo começa bem devagar para não dizer básico, mas ao longo que você avança, mais fluida e divertida fica a nossa gameplay. Ele realmente proporciona um excelente senso de progressão. O sistema de combate em Indivisible também se inspira muito em JRPGs como dito antes. Quando você entra em combate, é jogado em uma tela 2D. Você tem um grupo de quatro, cada um ligado a um dos botões do controle. Pressionar esse botão faz com que o personagem ataque. Cada personagem só pode atacar uma vez no início, mas à medida que você avança, eles desbloqueiam até cinco ataques seguidos cada um. Uma vez que um personagem tenha atacado, eles têm um período de recarga, que é determinado pela velocidade do personagem e qual ataque eles usaram por último. Os inimigos seguem as mesmas regras, mas enquanto estão atacando, você tem a chance de bloquear em um mecanismo de defesa parecido com Mario RPG. Acerte o tempo corretamente e você sofre dano reduzido ou nenhum.

Outro ponto legal sobre Indivisible é que você tem uma enorme seleção de personagens, mais de 20 se você encontrar todos os recrutamentos secretos. Cada personagem joga de forma diferente. Ajna é direta com combos básicos e não pode sair do seu grupo. Dhar, seu primeiro recruta, causa muito dano. Conforme você avança, os recrutas se tornam mais diferenciados. Não são todos os personagens que são igualmente equilibrados. Alguns são incríveis e outros bem ruinzinhos, mas há uma variedade bem legal a ponto de você gostar de quase todos.

Para mim, o maior problema com o sistema de combate e o jogo tem é que, uma vez que você chega na metade, ele rapidamente se torna cansativo e repetitivo. Toda luta, incluindo as lutas contra chefes, se resume a mandar ataques o mais rápido possível, e nenhum inimigo depois de um tempo dura tempo suficiente para atacar. Quando cheguei ao chefe final, eu não tinha realmente participado de uma luta que durasse um tempo legal. Ele mais se parece com um game que de fato lembra um Metroidvania do que propriamente JRPG, já que essa parte claramente é deixada de lado ao longo do game. Isso é decepcionante por várias razões. A principal é que claramente o que faz você se apegar ao game logo de cara não é o Metroidvania, e sim o JRPG, e como eu disse antes, nem todo personagem no game é balanceado. Quando você encontra um combo de personagem certo, já era, o jogo fica muito mais muito fácil e seu dano é absurdamente alto, literalmente tudo que parecia importar no jogo era personagens de dano, não é à toa que depois de um tempo eu simplesmente abandonei os personagens de cura, pois parecia sem sentido ter um.

A outra parte decepcionante é que as lutas contra chefes, que eram o ponto forte até metade do game, são significativamente enfraquecidas por conta dos fatores citados acima. Na primeira metade, as lutas contra chefes são muito legais e envolvem muito combate e plataformas. Na segunda metade, os outros chefes foram derrotados tão rapidamente que ficava sem graça.

A triste verdade é que Indivisible parecia ser um jogo muito marcante como indie, porém quando chega metade do game, fiquei desapontado porque tudo o que amei na primeira metade simplesmente sumiu. A parte de plataforma é divertido, realmente me agradou bastante.

Uma coisa que eu achei lindo no game foram suas animações e seus gráficos. Os cenários, personagens e praticamente tudo estão incríveis aqui. Há muitos detalhes presentes no game. A única verdadeira decepção sobre os gráficos é a falta de variedade de monstros. Mesmo levando em conta variações de cores, a quantidade de inimigos se repete demais no game.

Indivisible, no geral, é um bom game. A primeira metade do jogo é emocionante, envolvente e faz um trabalho fantástico de mesclar jogos de luta, Metroidvanias, plataformas e RPGs. Infelizmente, a segunda metade só consegue acertar nos aspectos de Metroidvania e plataforma. Como está disponível no Game Pass, eu realmente recomendo bastante que joguem ele.

Pontos Positivos:
- Ampla variedade de personagens
- Gráficos interessantes pela proposta do game
- Gameplay intrigante até certo ponto.

Pontos Negativos:
- Enredo previsível
- Dificuldade deixa a desejar

Versão utilizada para análise: Xbox Series S

Reviewed on Mar 05, 2024


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