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Um excelente jogo, uma obra prima no que diz respeito a level design e quests. Tudo que é apresentado nesse jogo tem algum significado, se conectando com o backtraking fantástico do game. Uma chave que você pega é de uma porta secundária que você visitou numa área muito anterior, porém, VOCÊ precisa se atentar a esses detalhes. As quests são secretas, feitas de maneira orgânica progressivamente pelo seu avanço no jogo, e sem dicas do próprio jogo pra realizá-las.
Uma das questões mais fantásticas desse jogo é ser um horror cósmico, inspirado em Lovecraft, e ter o tema central sobre o vício pelo conhecimento, de que quanto mais você conhece os horrores desse mundo, mais monstruosidades são apresentadas. Isso tudo se conecta com a sua progressão na história e a gameplay, pois, no começo, você enfrenta feras, e se questiona: "cadê o horror cósmico que tanto falam?" Porém, ele vai se apresentando aos pouquinhos por meio de criaturas e ambientes, até o momento que você já não vê feras, e sim monstros CÓSMICOS, seres superiores, eminentes, DEUSES CÓSMICOS, e você mal se lembra de onde começou sua jornada. Você está adquirindo conhecimento, está enlouquecendo junto deste mundo, e, como Lovecraft bem diz "Nós tememos aquilo que não conhecemos", o jogo faz questão de te deixar perdido nele mesmo, te deixando a todo momento da gameplay com medo e tenso pelos próximos perigos que podem aparecer. Você nunca está confortável e feliz, você está em constante tensão, com medo daquilo que não conhece. Eis aí a magia de bloodborne.
O combate dele é maravilhoso, se apoia em velocidade e em ataques viscerais, você precisa esquivar no tempo certo, com paciência, e tentar ao máximo ataques viscerais. É um combate com mecânicas simples, porém tão instigantes que te deixam maravilhado com ele mesmo. Claro que alguns chefes, por possuírem um movieset meio limitado, acabam não abusando dessas mecânicas, e acabam se tornando chefes chatos e poucos instigantes no game, em especial alguns chefes gigantes, onde você pode apenas se esquivar para trás deles e ficar atacando incansavelmente.
A exploração somada ao combate tornam esse jogo viciante.
Você possui alguns chefes interessantíssimos nesse jogo, de fato, o design de cada um foi feito com capricho e com uma criatividade INSANA, mesmo que até chefes com moviesets pobres se tornem maneiros pelo design. E por falar em design de chefes, não posso deixar de comentar sobre a insana variedade de inimigos, é impressionante a criatividade que a equipe da from software teve para com absolutamente todos os inimigos desse jogo, é cada inimigo único que chega a te deixar bobo.
A trilha sonora desse jogo é PERFEITA, uma das melhores que já ouvi em algum game, ela possui um clima de música sacra com horror com terror com ação, é difícil você sair esquecendo de alguma ost. Cada trilha se adapta a cada chefe, em especial o final.
Em relação a defeitos, destaco os menos prejudiciais, como a maioria dos chefes principais que acabam sendo muito fáceis, em especial o micolash, que é um desperdício de level design e batalha, porém, o chefe final (não a presença da lua, essa é ridiculamente fácil), gerhman, é fantástico.
O principal defeito desse jogo são os cálices, que além de quebrarem o ritmo maravilhoso que esse jogo tem, são chatos, entediantes, cansativos, criatividade minina, reutilização dos mesmos ambientes em VÁRIOS cálices, reutilização de chefes PRINCIPAIS da história, e até dos do próprio cálice, é uma bagunça entediante e cansativa que serve apenas para pegar um troféu e derrotar um Boss, que, sinceramente, decepciona. Mesmo nessa imensidão de merda nesses cálices, eu não posso deixar de destacar que até neles existe certa complexidade em relação a itens que você pegar para ir em outros cálices, isso de fato é algo interessante.
De resto, jogo excelente que levaria todas as estrelas se não tivesse esses cálices malditos.

Reviewed on Jun 04, 2023


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