Conversando com alguns amigos, cheguei a conclusão que Wanted Dead, é um jogo irritante. Nesse mesmo dia, um amigo que participou dessa conversa, citou casualmente Evil Within, mesmo sendo contextos diferentes, o sentimento que tenho por ambos é de estresse.

Refletindo melhor sobre as proximidades de ambos, entendo que eles, mesmo sendo jogos diferentes, compartilham de elementos similares e são essas semelhanças, que me irritam.

Conceitualmente, Wanted Dead, pode até ser interessante, como alguns amigos defenderam suas escolhas de design absurdas, respeito, mas os acho malucos. E é isso que me pegou negativamente, são conceitos interessantes, mas tão pouco polidos e aplicados, muitas vezes, de uma forma tão irritante, como a utilização do checkpoint, que no instante que eu morria no game, a diversão1 acabava.

Evil Within, é meio que isso também: ideias interessantes, que no conjunto, até faz sentido e funciona, mas tem tão pouco tato ao mesmo tempo, que só me irrita. Não acho que ideias salvem alguma obra, Wanted Dead é cheio de ideias legais, executadas, hora de forma boa, noutras do pior jeito possível.

Wanted Dead, é um jogo que tem personalidades, não nego, mas, ao mesmo tempo, é tão perdido no que quer, que parece tá tentando repetir um estilo de jogo (que nessa altura do campeonato, no mínimo, podemos chamar de tendência.), que gerou vários dos clássicos cults da era do PS3. Uma amiga, muito mais sabida que eu sobre videogame, comentou sobre isso também e concordo com tudo que ela disse, menos na parte disso ser positivo.

Esses jogos, que saiam tudo atrapalhado e que acabaram por fomentar uma legião de fãs ao decorrer do tempo, é algo muito mais acidental e difícil de emular essa estética. Eles foram tipo Acossados, que originalmente era pra ser de um jeito, mas por questões externas, o filme foi todo picotado e acabou saindo muito melhor que o que era pretendido. Sinto que é a mesma coisa pra esses jogos clássicos cult.

Wanted Dead, só tenta ir nessa onda, mas não consegue. Tem personalidade, mas não é único e não consegue fazer a soma de tudo, ser marcante. É um jogo que rapidamente você esquece que jogou e mesmo seus melhores momentos, não seguram.

E seus melhores momentos, são o combate meele, que mesmo tendo outra forma de jogar, que soa até mais planejado, não foi introduzido e sinceramente, não é um game que me interesso pra sequer aprender a jogá-lo desse jeito. De qualquer forma, mesmo no combate corpo-a-corpo, a existência de esponjas de danos e o contra-ataque dos inimigos, arrancarem muita vida, deixa o duelo monótono e pouco satisfatório. Satisfação essa, que mais surge nos momentos de execução, do que lutando de fato.

Mas sinceramente, onde ele mais peca é em juntar tudo isso, em um level design que só não funciona. É um caminho apenas, não tem expressão, não tem nada, é vazio e ignorável; pode apagar tudo e deixar um corredor sem textura, o resultado seria bizarramente, o mesmo.

Contudo, ainda gosto de algumas coisinhas aqui e ali, mesmo as cutscene sendo todas, agora falando cinematograficamente, erradas, ainda são legais de assistir e gosto como ele trabalha seus personagens, dando um charme divertido. Pena que isso não vale pro jogo todo...

Enfim, eu abandonei na reta final, porque eu cansei de ser morto por inimigos que me matam em um combo idiota e que se recusam a morrer. Quem sabe na próxima, eu mato o chefe final e talvez, mude de opinião.

1. Não tenho nenhuma vontade em debater se o termo: “diversão”, faz sentido quando se fala de arte, então pra resolver, entenda diversão como interesse.

Reviewed on Jan 16, 2024


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