Um jogo extremamente charmoso do começo ao fim.

Antes de eu começar a elogiar e/ou reclamar desse jogo, aqui vai um disclaimer: Eu não joguei o jogo original de 1989 ou fui atrás pra entender as diferenças do jogo de NES pra esse Remake… Remaster… Chame como preferir. Então eu não vou comparar uma versão com a outra.

Seja pelo gráfico totalmente estiloso, bem feito e cheio de detalhes nas sprites (com uma linha parecida com Paper Mario), seja pelas músicas que mesclam batidas em 8 bits com riffs e instrumentos modernos e que são um tanto quanto viciantes, seja pela utilização das vozes originais do desenho nas cutscenes ou só por simplesmente ser um bom jogo de plataforma, tudo em DuckTales trás uma qualidade e charme enorme e denota que claramente a WayForward tinha/tem um carinho gigantesco tanto pela série, quanto para com o jogo original.
Talvez o principal ponto de qualidade desse jogo seja como ele acerta muito no fator nostalgia. De novo, eu não joguei o jogo de 89 e DuckTales não era a série de patos da Disney que eu mais assisti e acompanhei na minha infância (DarkWing Duck que pegou esse posto com folga pra mim), mesmo assim as aventuras do Tio Patinhas foram memoráveis o suficiente pra eu lembrar de muitas coisas das mesmas, em especial do nome em português dos personagens e na tradução dos seus trejeitos na dublagem brasileira. E cara, como esse jogo é feliz em traduzir o espírito das aventuras do pato bilionário da Disney e seus sobrinhos e amigos. Como eu disse, eles optaram por trazer os atores americanos originais pra dar voz aos seus respectivos personagens, e isso pode parecer simples e bobo, mas na verdade é genial! As fases por si só já resgatam e muito o ar aventuresco ala Indiana Jones que os episódios da série tinham, mas com o fator das vozes sendo adicionado às cutscenes, literalmente passa a sensação de estarmos jogando um episódio novo da série. Não só isso, mas a Capcom foi muito feliz na localização em Português Brasileiro. Infelizmente esse jogo é apenas legendado e não traz de volta a dublagem clássica da Herbert Richers, com o saudoso Antônio Patiño na voz do Tio Patinhas, porém, ao nomear os personagens nas falas da legenda, ao invés de utilizar os nomes originais dos bonecos (Uncle Scrooge, Huey, Dewey e Louie ou Magica De Spell) eles optaram por trazer de volta os nomes abrasileirados da série dos anos 80 (como Tio Patinhas, Huguinho, Zézinho e Luizinho ou Maga Patalójika). E ok, isso provavelmente foi a mando da Disney pra manter a consistência da marca e eu estou me emocionando com “besteira”, mas manter esses elementos de localização, que evidenciaram a série original no Brasil dá um charme que, imagino eu, o jogo original não tinha e esse Remaster não só teve a oportunidade de abraçar isso, como o fez de maneira magistral, sem ignorar o legado que a série tinha no nosso país.

Eu não sei o que você, leitor dessa review consome no seu YouTube, mas se você já viu algum vídeo de Retro Games, muito provavelmente você já ouviu a música tema da fase da lua do jogo original, que é simplesmente uma das melhores músicas 8 bits já feitas - inclusive se você nunca ouviu, VAI OUVIR: obra de arte. Se a música original é, a 35 anos, popularmente conhecida e aclamada pela comunidade retrogamer, na minha visão, seu remake feito pra esse jogo de 2013 é de longe o melhor remake de uma música de videogame que eu já ouvi na minha vida! Todo o retrabalho musical que a WayForward teve com esse jogo já deveria receber palmas. Desde a música tema do jogo/série originais, passando pelos temas das fases foram muito bem reescritos, trazendo novos riffs e batidas mais eletrônicas, mas ainda mantendo de fundo as batidas 8 bits das músicas do jogo de NES. Mas a música da fase lua está em outro patamar, pois além deles modernizarem e manterem os sons originais, na minha visão, eles conseguiram intensificar o sentimento de descoberta que a música original tinha de uma maneira que eu nunca tinha visto antes em um remake (ou remaster, chame como preferir)... Link: obra de arte 2

DuckTales: Remastered (2013) talvez seja uma das maiores cartas de amor que eu já joguei! Cada centímetro e canto desse jogo denota um carinho tão grande de seus desenvolvedores, que me faz questionar por que não existem mais tantos remakes como este. É bem verdade que esse jogo é bem desafiador e um tanto quanto injusto na dificuldade média (principalmente referente a hitbox do Tio Patinhas e a gameplay imprecisa), mas imagino eu que é exatamente por isso que optaram por chamá-lo de Remaster e não de Remake, já que o jogo original é bem conhecido pela sua dificuldade. Talvez outro ponto que me desagrade um pouco seja como eles tentaram implementar mecânicas de MetroidVania aqui e não chegaram a lugar algum... Mesmo assim, esse jogo consegue modernizar um clássico da indústria e do gênero Platformer, sem apagar seu passado e ainda ser belo, engraçado, divertido e até emocionante com muito pouco. Se essa review te motivou a pegar e jogar esse jogo, e você (assim como eu) nunca sequer tocou na versão de NES, joga no fácil sem medo ser feliz, garanto que será muito mais divertido do que se estressar no médio (ou até no difícil) durante a primeira jogatina.

Reviewed on Feb 11, 2024


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