Metal of Honor: Above and Beyond, o Jogo que Venceu o Oscar...

Eu sei... Eu sei... Essa nota é muito alta pra um jogo de VR, e eu deveria estar escrevendo a review de Final Fantasy IX ao invés desse jogo... Mas eu verdadeiramente queria, antes de terminar o ano, compartilhar com vocês uma das experiências mais belas que já tive em um jogo, e principalmente a história que esse jogo, e a franquia carregam.

Sim minha próxima Review é de FF IX e eu devo fazer ela antes do ano virar...

A franquia Medal of Honor é extremamente importante para os jogos em geral, principalmente para os jogos de Fps de guerra especificamente... O primeiro jogo, lançado em 1999 foi uma ideia originada por Steven Spielberg, que notou que jogos tinham muito potencial para contar história, e principalmente para nós relembrar da história, guarde isso, pois esse é o ponto central de nossa análise...

De fato podemos falar que, ao menos, os primeiros jogos da franquia foram muito bem sucedidos, porém com o tempo a franquia foi lançada no esquecimento... Infelizmente, perdida em meio a Call of Duty e Battlefield, Medal of Honor não conseguiu encontrar seu espaço novamente na indústria... Porém na aquisição da Respawn pela EA, a portadora dos direitos da franquia, Eletronic Arts, decidiu confiar a franquia ao estúdio que havia feito os maravilhosos Titanfall 1 e 2, e Star Wars Jedi: Fallen Order, até aquele momento é claro, pois em 2023 eles ainda lançaram o fantástico Jedi Survivor...

Mas você deve estar se perguntando em que planeta a Respawn fez um Medal of Honor, já que esse jogo simplesmente não fez barulho nenhum... Bom isso aconteceu pois a empresa por trás do óculos Rift fez uma parceria com a EA para tornar esse jogo um game de VR... Originalmente Ele era sim um jogo single player de console, mas que foi transformado no que temos hoje....

Sinceramente de fato preferia que Above and Beyond fosse um jogo de console, mas talvez isso não tornaria possível história que contarei agora...

No original, Medal of Honor, existia uma pequena parte do jogo chamada Galeria, na qual os jogadores poderiam assistir pequenas filmagens da segunda guerra, para relembrar o quão horrendo, foram as memórias que afetaram as pessoas que passaram por aquelas experiências... E nos lembrar também de não repetirmos nossos atos do passado, pois se a humanidade esquecesse a história, assim ela se repetiria...

Foi pensando nisso que os desenvolvedores de Above and Beyond decidiram por fazer algo parecido... E notaram que deveriam lembrar também, as memórias e as pessoas que lutaram na guerra, pois elas a cada ano que passava iam descansando e sendo esquecidas pelas pessoas...

Assim decidiram por fazer um documentário, e tiveram a oportunidade de ir com alguns dos antigos soldados para os locais das batalhas que enfrentaram... Em um dos momentos das gravações tiveram a oportunidade de encontrar com uma moça chamada Collete, que mesmo nova participou de alguns pequenos confrontos da segunda guerra, não lutando na fronte, mas tendo um papel também importante naquele momento... Seu irmão infelizmente foi morto em batalha, e durante o documentário ela teve a oportunidade de encontrar o local onde ele veio a falecer...

Collete, assim intitulado, foi um curta documentário que originalmente foi colocado apenas na Galeria de Above and Beyond, pois foi projetado para estar ali... Porém posteriormente ele ganhou notoriedade ao passar em alguns festivais de cinema ao longo do globo... Assim em 2021, Collete, não apenas foi indicado como venceu o Oscar de melhor Curta Documentário... Com não apenas os diretores e a equipe de produção sendo creditada, como também o próprio Medal of Honor: Above and Beyond, e também a Respawn e a EA...

Sim, a EA é a única publisher da indústria que tem um Oscar...

Mesmo que o nome da EA seja ant-climático, a vitória de Collete representa não apenas o fato de que o objetivo de Spilberg foi concluído corretamente, como também demonstra o que a franquia Medal of Honor representa, e principalmente o que nós deveríamos lembrar ao jogar cada jogo dela... A guerra é triste e horrenda, passos deprimentes que destroem vidas e corroem as mentes das pessoas que passam por ela... Matando aqueles que não deveriam ser mortos, e estilhaçando aqueles que amavam suas famílias, e as pessoas ao seu redor...

A guerra deve ser lembrada não para ser glorificada, mas para ser evitada nos próximos passos da humanidade...

Medal of Honor: Above and Beyond é um jogo que me marcou muito, mesmo que ele tenha seus problemas, sua história é muito cativante, e eu também gostei muito da gameplay em um geral... E o que torna ele ainda tão bom, e memorável, é a bela história, de Collete, que por trás dele está.... Para Medal of Honor: Above and Beyond um belo 9.6/10 ou um 5/5..

Eu vou deixar o link de um vídeo do Blader Koyotte na qual ele descreve essa história com mais detalhes:

https://m.youtube.com/watch?v=M_om5rBsvmw

Fica também a minha recomendação, assista Collete quando puder... Infelizmente ele está em francês e apenas têm legendas em inglês, e não sei se a previsão para ter legendas e português... Mas eu recomendo verdadeiramente...

Com essa pequena pausa eu volto para meu arco de JRpgs

Reviewed on Dec 26, 2023


12 Comments


4 months ago

Que baita review, irmão. Não tinha ideia da existência desse MOH, nem da curiosidade do Oscar. Vou catar uns vídeos de gameplay dele pra assistir.

4 months ago

@Gaimm_ Infelizmente esse MOH passou muito despercebido por praticamente todo mundo, por ser um jogo de VR... Ele têm seus problemas, mas eu gosto muito dele, por tentar resgatar as origens da franquia, também gosto da história do jogo, como disse na Review... Eu verdadeiramente recomendo assistir Collete, é um documentário maravilhoso, digno do prêmio que venceu.

Só tô tipo, torcendo muito pra EA deixar a Respawn fazer um Medal of Honor no estilo clássico pra consoles... Principalmente depois da vitória no Oscar seria maravilhoso

3 months ago

Como é que você tem a PETULÂNCIA de me fazer wishlistar um Medal of Honor?!

3 months ago

@CDX HAHAHAHAHAH, Minha review cumpriu o objetivo!
Cara, eu tenho muito carinho pela série MOH, fiquei triste com o caminho que ela tomou nos anos que se perdeu... Above and Beyond não é tudo que eu queria, mas só dele existir e ter ganho oq ganhou já me deixa feliz, tenho muito carinho por ele também, por causa disso... Não é perfeito, mas esquenta meu coração.

E se puder, meu amigo, assista Colette é um baita documentário...

3 months ago

@CDX Ah sim, me recomenda algum JRpg aí pra eu por na minha Lista, tô no meu arco desse gênero agora.

3 months ago

Hahahaha, cumpriu sim. Vou assistir a
Colette com certeza, mas vou deixar pra quando for jogar. Quero ver ele como parte da galeria e do jogo.

Medal of Honor sempre me deu uma impressão parecida com Call of Duty (nunca joguei nenhum dos dois que eu lembre) de glorificar a guerra o jogo todo nas mecânicas e cutscenes com heróis fodões que matam inimigos malvados, mas falar em alguma hora "a guerra é ruim" só pra pagar de anti-guerra. Seu texto começou a desmitificar esse meu preconceito.

3 months ago

JRPGs acho difícil te indicar algo que tu ainda não tenha jogado, a menos que esteja comecando agora.

Chrono Trigger é o meu favorito pelos motivos que todo mundo fala, ele tem um bom motivo pra ser um clássico. Recomendo tanto a versão de Super Nintendo quanto a de DS, não joguei as outras.

Final Fantasy 6 tem um problemão de ritmo no final, mas super compensa jogar mesmo assim. E pra ser justo, só joguei 1 vez (versão de GBA) já faz uns anos. A história é ótima e o sistema de batalha, embora bem tradicional, também é bem variado.

Paper Mario, tanto o 1 quanto The Thousand-Year Door, são excelentes. Engraçados, fofos, batalhas ótimas, mundos legais.

Sea of Stars é um moderno inspirado por vários clássicos. Apesar dos problemas de ritmo e de polimento ele tem roteiro sincero e maduro, ótimas batalhas e um universo riquíssimo.

Undertale vale se tu quiser um JRPG diferente. Mas ele perde parte da graça se você ainda não estiver familiarizado com o gênero.

3 months ago

@CDX Cara, se você me permite, irei escrever um texto um pouco mais longo pra responder seu comentário... De fato a saga Call of Duty em geral sempre teve o objetivo de "Ser um jogo de guerra" e de certa forma apenas isso, o que, em resumo, fez com que ela em muitos momentos, para não dizer na grande maioria das historias, glorificasse a guerra de varias e varias formas... Isso também veio a ocorrer com Battlefield. E o fato de que o publico de certa forma "abraçou" esse estilo de jogo, a forma mais simples e competitiva de jogar, fez com que a gente tivesse mais jogos assim, do que jogos de guerra que nos fizessem refletir sobre o quão horrenda é a guerra... Isso também fez com que, por muitos motivos Medal of Honor em sua essência fosse esquecido, e como eu disse na review, ficasse perdido em meio aos outros jogos do gênero... Foi assim que Moh reboot e sua sequencia nasceram.... E sinceramente, são jogos muito ruins, seja por não parecerem um Medal of Honor, ou seja por mecanicamente serem bem ruins também.

Dito tudo isso gostaria de dizer que, quando Steven Spielberg construiu a ideia de Medal of Honor, ele queria, como eu disse na review, contar as histórias da guerra e nos relembrar do que elas de fato eram, foi por isso que a primeira galeria existiu. Também por isso que foi dado esse nome a série, Medal of Honor, ou Medalha de Honra, é a honra máxima que um soldado pode ter no exercito americano, em resumo, essa medalha é dada para alguém que salvou a vida de seus companheiros, se sacrificou em batalha, ou fez algo que é descrito como extremamente difícil em batalha. O nome da medalha foi dado ao jogo pois praticamente todos os soldados que tem tal medalha se sacrificaram, ou quase, para que os companheiros em volta pudessem viver... As histórias desses homens poderiam nos lembrar exatamente do que a guerra é capaz pra ceifar a vida de muitas pessoas, pois muitos deles tiveram suas vidas ceifadas, ou lutaram para que seus companheiros e pessoas inocentes não perdessem seu bem mais precioso, a capacidade de viver.

Uma historia palpável para nossa conversa é a de Desmond Doss, soldado americano que foi o primeiro Objetor de Consciência, que é um termo utilizado para um soldado que não concorda com os ideias do exercito americano, em sua essência, porém ainda assim luta por ele. No caso de Desmond, por conta da sua fé, ele era Adventista do Sétimo dia, mesma fé na qual eu também professo. Ele não acreditava que matar certo, por isso Doss entrou em combate como médico, e sem nenhuma arma, sem nenhuma arma mesmo, nem brancas e nem de fogo... O seu objetivo era apenas salvar o máximo de pessoas possível no campo de batalha... Citei a historia dele pois existe um filme, chamado "Até o Último Homem" que conta a história dele de forma muito fiel, eu verdadeiramente aconselho a assistir esse filme caso você não tenha visto, ele é estrelado pelo Andrew Garfield no papel do Desmond, sim o segundo Homem aranha, e é dirigido pelo Mel Gibson.

O que eu gosto nesse filme, além da fidelidade da história com a realidade, é a forma como os dois atos do filme são contrastantes, enquanto o primeiro conta a vida de Doss, e como ele se tornou adepto do que acredita, e o segundo ato mostra a brutalidade horrenda da batalha e da guerra, também em contraste com os ideias de Desmond.

Enfim, eu falei bastante, peço perdão por isso, mas realmente recomendo tanto o documentário, Colette, como o filme Até o Último Homem...

3 months ago

@CDX poxa infelizmente, ou felizmente, não sei ;--;
Eu já joguei 4 dos jogos que você me indicou, apenas nunca experimente os Paper Marios e o Undertale... Mas pretendo jogar eles no futuro.

3 months ago

Rapaz, eu agradeço MUITO pelo seu comentário longão. ❤️ Não concordo com tudo, óbvio, mas ficou bem claro o motivo de você gostar tanto de Medal of Honor.

Que outros jogos da franquia você me recomenda e por quê?

3 months ago

@CDX Rapaz, na franquia existem dois jogos, além do Above and Beyond, que eu acho que são excelentes e essências... O primeiro dele é o Medal of Honor original, não apenas pelo fato de que aqui é onde o Spilberg tem a sua maior influência, já que nesse jogo ele teve a maior parte da liberdade criativa, pra não dizer toda, como também por tudo que esse jogo representa. É nele que a Galeria é apresentada pela primeira vez, e também enquanto jogo, é extremamente consistente e para o seu gênero, revolucionário... Tanto que até hoje é lembrado como o pai dos fps de guerra.

Outro que eu recomendo muito, pois considero o melhor da franquia toda é o Medal of Honor: Underground, ele melhora tudo que é apresentado no primeiro jogo, tem muitas coisas interessantes. Mas o que me fez gostar ainda mais desse jogo, impressionantemente, é uma enorme coensidencia... Nesse jogo jogamos com a Manon Batiste, uma mulher francesa que faz parte da resistência francesa contra o exército nazista... E impressionantemente essa história é parecida com a história de Colette, a senhora que aparece no documentários vencedor do Oscar... Óbvio que a história de Manon é fictional e que de fato foi apenas uma coensidencia, mas isso me deixou abismado pela primeira vez que vi...

Além dele também recomendaria o Allied Assault, e Frontline, porém devo dizer que a partir desse segundo a franquia já caminhava lentamente a se tornar mais um produto do que uma experiência e reflexão em si... Coisa que só foi resgatada em Above and Beyond.

3 months ago

Todos wishlistados, valeu pelas indicações. ❤️

É muita AUDÁCIA mesmo, pqp. :v