Um jogo que demorei muito tempo para jogar (era o mais antigo do meu backlog!) e que a surpresa não poderia ter sido maior!

A narrativa de Alan Wake é o seu grande destaque, com uma história original e surpreendente, com bons plot twists. Um enredo enxuto, que não se estica além do que precisa para apresentar seus personagens e sua proposta. Tem um bom elenco de personagens, que conseguem gerar empatia com o jogador.

O próprio Alan Wake, que dá nome ao jogo, é complexo na medida certa, com defeitos que lhe dão algum propósito na narrativa, mas também com qualidades que fazem com que o jogador torça para um final feliz.

O destaque vai para toda a metalinguagem da história. Alan é um escritor que vive a própria história e através dos colecionáveis do jogo vamos descobrindo que existem várias outras camadas nos acontecimentos em Bright Falls. Aliás, outro ponto de destaque são os colecionáveis, desde as páginas do manuscrito até os episódios de Night Springs que encontramos em TVs pelo mapa, que adicionam mais e mais ao universo do jogo.

Com tanta atenção para a narrativa, é até um pouco triste perceber que a jogabilidade e os gráficos envelheceram mal. Nem mesmo o remaster conseguiu salvar os controles engessados e que muitas vezes não são responsivos.

O problema da jogabilidade só piora nas fases finais do jogo, onde o número de inimigos chega a ser quase injusto. Embora exista certa explicação dentro do plot para isso, ainda assim gera alguns momentos de stress que acabam manchando um jogo até então excelente.

Apesar dos controles engessados, a narrativa é mais do que suficiente para colocar Alan Wake como um dos melhores jogos de sua geração e mais do que justifica as cerca de 11h que passei acompanhando a jornada de um escritor por sua própria obra.

It's not a lake, it's an ocean.

Reviewed on Dec 14, 2023


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