Em Tetris Effect alcancei um estado de imersão diferente do que já experienciei em qualquer outra mídia.

A vida é, dentre outras coisas (boas e ruins), bastante estressante. Algumas fases em especial parecem sugar de nós uma quantidade severa de energia a ponto de nos tirar o gosto de muitos prazeres.

Quando experienciei Tetris Effect pela primeira vez foi sobre circunstâncias não muito confortáveis, rodeado de problemas pessoais envolvendo a mim e o meu entorno. Havia, é claro, muito o que se refletir quanto a maneira que eu mesmo lidava com estes problemas, sobretudo na hora de me desligar deles e me permitir relaxar sem se culpar, se martirizar de coisas que fugia do meu controle.

Eu me vi fugindo do meu controle, meu humilde controle XBOX estava pegando poeira a um tempo pois nada me resgatava, e quando eu tentava não fluia. Foi assim por longos meses.

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Num quarto escuro, com fones de ouvidos que isolavam consideravelmente bem o meu redor e um monitor não muito grande mas próximo de mim, eu sem querer me vi no ambiente (quase, considerando que o jogo foi pensado para VR) perfeito para estar sobre o efeito tetris desenvolvido pela Enhance.

Em pouquíssimos minutos de seu modo jornada eu me vi inacreditavelmente atento ao jogo e em puro estado de admiração dirigido principalmente a trilha sonora que a obra me entregava progressivamente à medida que eu realizava os combos.

Tudo colaborou para que eu entrasse em transe: os estímulos visuais; as cores; os efeitos sonoros; a música; a vibração do controle… E tudo isso num ritmo excelente, o qual me permitia aproveitar todo o processo e ao mesmo tempo ficar curioso a cada passo, cada tela, cada temática e faixa, um sentimento gostosíssimo de se sentir e que persistiu em cada area do jogo.

Falando nas fases, estas são muito diferentes entre si e o mesmo se aplica as composições que as acompanham, a seleção é muito eclética e isso se torna ainda mais admirável ao se dar conta de que todas as musicas foram produzidas por um mesmo grupo, a premiada banda Hydelic que acompanha a desenvolvedora por todos os seus projetos.

Quando menos esperava eu estava emocionado, me permitindo chorar e experienciar essa verdadeira jornada que o modo me ofereceu. Olhando em retrospecto eu me sinto feliz e sortudo por ter jogado no momento certo, que eu mais precisava.

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Além disso, não posso deixar de comentar que colecionei bons momentos jogando cooperativamente com amigos o modo Connected que foi acrescentado nesta versão lançada em 2020. Até o momento, com todas as diferentes interpretações de Tetris que se vê por aí no mercado, não topei com nada que me fizesse ficar puto e eufórico em um intervalo tão curto de tempo entre cada um destes sentimentos, tudo isso junto de outros jogadores, dentro de um mesmo proposito: Derrotar o boss, seja este outro player ou a maquina.

Posto isto, o modo em questão funciona como uma boss battle, onde três jogadores em seus espaços pessoais fazem combos e por consequência enchem uma barra de especial que permite juntar-se aos outros em uma mesma área, congelar o tempo e limpar o máximo de linhas possíveis a fim de afetar o chefão com isso.

Parece confuso a princípio, mas com pouquíssimo contato já é entendido por qualquer um que já jogou tetris alguma vez.

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No mais, esta obra se tornou meu "confort game", o jogo que sempre revisito, que cresce comigo, me fazendo pensar no quão interessante deve ser em VR… Um dia me darei esse luxo.

Reviewed on Aug 07, 2023


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10 months ago

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