Mesmo sendo uma pessoa que sempre odiou qualquer coisa relacionada a teatro e musicais, decidi encarar Stray Gods com uma sensação de liberdade e positivismo, afinal a ideia é interessante e em uma comunidade estagnada no meio de um sistema dominado por roguelikes, soulslike e mundo aberto, qual mal faria gastar algumas horas em algo diferente?

Ao iniciar a campanha, os belos visuais apresentados chamam muito a atenção por não terem aquela poluição característica ou o clichê suficiente para afirmar que já vimos tal coisa em algum lugar. Contudo, o tema central com deuses gregos não torna a experiência tão fora do padrão e isso pode causar uma certa sensação apática nos primeiros 30 minutos.

Por não possuir jogabilidade focada em combate, Stray tenta destacar as escolhas dos jogadores e logo de início somos obrigados a escolher um caminho que, na teoria, causaria grandes mudanças na forma de jogar, porém os diálogos principais não possuem restrição, tornando a escolha inútil. Por um lado, isso é bastante positivo para pessoas como eu que curtem explorar ao máximo as opções, porém pelo outro o fator rejogabilidade acaba sofrendo com a falta de variedade e possibilidades.

Enquanto o enredo principal é simplista, os personagens de fundo e suas tramas não são, cada um possui motivações e interesses, o que torna a narrativa bem mais divertida, porém não são todos que se salvam e pelo menos metade (principalmente os homens) falham miseravelmente em serem diferentes, não fugindo dos repetitivos sistemas de personalidades.

Em relação a parte essencial, ou seja, as músicas eu não tenho reclamações, cada uma foi bem desenvolvida o suficiente para transmitir o essencial da cena e alguns momentos divertirem ou emocionarem em suas entonações, como disse no início, não tenho conhecimento nenhum em relação ao tema, então isso é tudo vindo de alguém que só deseja se divertir.

O mais legal da ideia do musical é que mesmo personagens secundários receberam o cuidado e conseguiram músicas tão memoráveis que superaram as principais. Sim, estou falando de você ‘Look into Me’.

Infelizmente o jogo não passou por uma boa otimização, então muitos diálogos possuem níveis diferentes e isso fica obrigando o jogador a ficar aumentando ou diminuindo o áudio. Além disso, problemas de legenda, velocidade entre diálogos e o sistema de salvamento foram encontrados.

Um outro ponto extremamente negativo, mas que não tem relação exata com o desenvolvimento foi a precificação, não sei ao certo o que a Humble possui na cabeça, mas R$100,00 em um jogo de 6 horas com poucas variações é realmente necessário?

Mesmo com a diversão garantida para um dia que só queremos relaxar, Stray Gods possui barreiras que justificam não recomendar em lançamento, talvez com uma promoção e otimização é justo, mas quem sabe quando isso vai mudar.

Reviewed on Aug 28, 2023


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