Syberia: The World Before é como uma carta de amor aos fãs, transpirado nostalgia, carinho, amor, novidade e despedida. A combinação dos elementos aclamados dos jogos anteriores com uma melhor adaptação aos comandos e sistemas deixou tudo muito mais simplificado e fácil, mas também não decepcionou.

Isso pode ser um ponto negativo para os mais antigos que em grande parte amavam os níveis de desafio dos dois primeiros. Contudo, entendo que houve a necessidade de se adaptar e posso dizer que o novo sistema me agradou bastante, pois trouxe os pontos positivos de Syberia 3 como a movimentação ao redor de objetos e os pequenos detalhes em determinadas peças.

A ambientação, música e gráficos também merecem destaque, o que é algo esperado para a franquia. Curiosamente, a relação desses três elementos foi tão bem produzida que me fez tirar quase 600 capturas de tela sem perceber, algo bem único de acontecer já que não sou muito chegada a ficar tirando fotos.

Diferente da situação com Syberia 3, aqui quase não tive problemas com bugs, travamentos e cortes de áudio, o único problema foi a queda de FPS em determinadas cenas e partes, mas eram casos tão raros que nem chegaram a atrapalhar. Pode parecer estranho colocar isso, mas com lançamentos cheios de bugs e com o histórico da Microids eu estava com certo receio.

Outro ponto que não decepciona são os personagens que diferente de Syberia 3 realmente me fizeram sentir vontade de explorar, conversar e absorver o máximo possível. Um dos pontos mais importante da franquia na minha opinião sempre foi a relação de Kate com tudo o que estava ao seu redor e para minha felicidade eles retornaram com essa ideia, então se preparem bastante para sentir o ar juvenil e curioso da protagonista.

A dublagem também está maravilhosa, ouvir Kate se surpreender, rir e brincar em determinadas partes foi tão bem trabalhado que em minha opinião chegou ao nível de jogos de CRPG, onde existe uma necessidade gigantesca no trabalho de voz já que não existe cenas cinematográficas.

Sabemos que o enredo de qualquer Syberia é realista, duro e possui ensinamentos e situações que conseguem se relacionar com o jogador, então não espere uma fantasia exagerada com coisas fora do comum. Recomendo se prepararem para uma aventura sobre diversos assuntos que marcam e vão marcar vários jogadores, pois a franquia sempre tenta explorar essas coisas e aqui tudo foi expandido e elevado no sentido positivo. Por isso, The World Before é como um balde com gelo não só para Kate Walker, mas para o próprio jogador que participou ativamente de todas as aventuras.

A forma como eles fizeram Kate passar por diversas situações e finalmente tiraram um tempo para mostrar uma parte do passado e do que ela realmente está se tornando me deixou satisfeita, afinal isso era algo que gostaria de ter visto em Syberia 3 e nunca aconteceu, porém a espera valeu a pena.

Após concluir toda a série esse ano, posso afirmar com total certeza que essa se tornou a franquia da minha vida, a forma como me relacionei, vibrei e chorei com todos os jogos nunca havia acontecido antes e ver que esse pode ser o último jogo me trouxe diferentes sensações, por um lado tristeza de nunca poder ver novas aventuras e pelo outro entender e respeitar a decisão.

Caso você seja um fã de longa data da franquia eu recomendo fortemente que pegue e aproveite a jornada, pois o jogo é cheio de referências aos anteriores e não decepciona em trazer o ar nostálgico e fantasioso dos dois primeiros. Para novos jogadores, recomendaria jogar os três primeiros (dois já foram disponibilizados de forma gratuita), mas como sabemos, cada Syberia tem uma aventura única, então não existe a necessidade.

Reviewed on Sep 02, 2022


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