Antes de começar a falar sobre minha experiência com o jogo, quero destacar algumas informações que podem ter importância para a análise:

- Detestei o primeiro jogo, e por isso nunca terminei
- Sou uma pessoa que AMA um bom enredo, ou seja, sempre dou destaque a isso
- Joguei uma campanha com pouco caos, então não pude aproveitar muito dos assassinatos e combinações

Com isso em mente, posso dizer que Dishonored 2 é uma obra feita com carinho, amor e muita dedicação, mas que infelizmente falha em pontos importantes (minha opinião).

Começando pela optimização que ajudou na estabilidade nos mapas, mas me deu uma dor de cabeça logo nas primeiras horas, pois o jogo ficava fechando sozinho. Isso infelizmente me fez criar uma dependência dos salvamentos automáticos (F5), então a cada 4 minutos era uma obrigação apertar a tecla de atalho para não perder o progresso. Outro ponto é em relação a alguns pequenos problemas com o volume dos diálogos, mas isso é algo que aconteceu com Prey e Alien: Isolation, podendo ou não estar relacionado com a dublagem.

Falando agora sobre a atmosfera, todos sabemos que um dos grandes destaques da franquia é sua ambientação e aqui a coisa não é diferente, Dishonored 2 consegue cuidar muito bem dos pequenos detalhes, deixando tudo com uma sensação muito real e inquietante. A forma como os diferentes locais foram retratados mostram a atenção que a desenvolvedora teve, o que já era de se esperar, mas merece destaque.

Outro ponto que recebeu destaque foi a jogabilidade, requisito que tenho zero reclamações, afinal a Arkane entregou uma combinações de armas, habilidades, variedade de possibilidades e muitos outros aspectos, criando assim um ecossistema magnifico e muito imersivo, uma pena não poder dizer o mesmo para o modo não letal. Durante meus momentos de assassinatos era uma alegria brincar com a IA, pular de um lugar para o outro e até mesmo se esconder e procurar coletáveis. Contudo, o real problema é no modo stealth que não casou muito bem com todas as possibilidades do jogo, deixando tudo muito monótono e repetitivo.

Por isso, recomendo que joguem pela primeira vez sem se preocupar com enredo, final ou coisas desse gênero, joguem para se divertir, explorar e se atentar aos detalhes de toda essa obra magnifica.

Como comentei no início, sou uma pessoa que destaca muito o enredo em análises, e a palavra que resume essa parte do jogo é frustração. Pois é, um jogo com jogabilidade variada e ambientação única conseguiu pecar em uma parte que não influencia tanta gente, mas que ainda tem importância. Não estou dizendo que é horrível ou simples, mas muito mal desenvolvido.

Nossa protagonista tem um objetivo que é a ideia central do jogo, mas ele não é o único aspecto de uma aventura, então além da ideia de recuperar seu lugar, Emily tinha como objetivo evoluir psicologicamente, o que não aconteceu, pois a quantidade de informações que é despejada no decorrer da campanha acabou não agregando em nada, fazendo a personagem ir e voltar de uma aventura sem evoluir, sem se desenvolver e muito menos perceber a realidade das coisas.

Outro ponto que achei horrível foi a falta de desenvolvimento dos outros personagens, afinal o que cria toda a ideia de matar ou não é essa relação deles com a Emily, e isso infelizmente não se desenvolveu, ou seja, não existe um “qual consequência isso trará no decorrer do jogo?” ou “você se tornará um ponto importante para a evolução e melhoria do ambiente?”, tudo é sobre o final e como ele é entregue de forma bruta, o que me deixou bem triste.

Todos os personagens secundários tinham um enredo de fundo, uma ambição e uma chance de brilharem ao redor da protagonista, sendo mais do que apenas chefes aleatórios, uma pena os desenvolvedores não terem pensado da mesma forma. Por fim, gostaria de dar destaque a vilã que em minha opinião foi a personagem mais mal aproveitada de toda a campanha:

Para começar, só sabemos o que realmente gerou todo o enredo na metade do jogo, o que é esperado e não tem nada de errado até aqui, porém, a partir desse ponto o jogo começa a desandar em um nível alarmante, não existindo exploração de todos os relacionamentos seja do passado ou do presente entre os grupos de aliados e inimigos, ou seja, mesmo que Delilah tenha um motivo interessante e toda uma causa e consequência ao redor nada disso é desenvolvido (a própria Emily na parte final do jogo diz que não sabia se aquilo era verdade). Sei que pode parecer besteira, mas as possibilidades e caminhos que eles poderiam ter criado eram bem diversificados e foi um potencial desperdiçado.

Apesar de toda a minha raiva em relação ao enredo, Dishonored 2 é um jogo divertido do início ao fim, com uma variação de inimigos, diálogos e uma arte de deixar qualquer outro jogo no chinelo, então recomendo a compra, mesmo não tendo alguns aspectos bem desenvolvidos.

Reviewed on Sep 02, 2022


Comments